Sabe, tenho me lembrado nos últimos dias de um senhor que eu conheci há alguns anos, cujo nome é Esli, Pr. Esli. Quando o conheci ele devia ter uns 70 anos de idade. Era um senhor magro e miúdo, cabelos cinza, quase brancos, e bem penteados para trás; usava uma roupa puída, porém limpa, e seus sapatos não eram diferentes, engraxados, mas bem gastos.

Ele chegou numa caminhonete velha - engraçado me lembrar de tantos detalhes -, mas a simplicidade daquele homem me chamou a atenção. Ele foi indicado para dirigir o culto de jovens daquela noite, na Igreja em que eu frequentava na época, e convenhamos, para o nosso "maravilhoso" gosto cristão pós-moderno aquele senhor estava fora dos padrões de um bom pregador... Afinal, o melhor para Deus deveria incluir umas roupas mais novas e quem sabe um pregador mais novo, ainda mais em se tratando de um culto voltado para jovens. Mas já estava em cima da hora para ter gostos pós-modernos (Graças a Deus!).

Ao chegar ele abriu a caminhonete e começou a tirar o equipamento que ia usar, era um daqueles projetores de cinema bem antigos, que utilizam rolos de filmes armazenados em latões redondos e que fazem um barulho peculiar quando estão rodando. Aquele senhor de aparência frágil e com um sorriso estampado no rosto começou a tirar as partes do equipamento, que pareciam pesar uns 20 quilos, como se fosse nada. Não acreditamos na força que ele tinha.

Montado e pronto o equipamento, o simpático Pr. Esli se apresentou brevemente e disse que ia passar um filme que contava a história de um surfista que encontrou a Cristo. Quando o filme terminou ele foi à frente e contou brevemente como, afinal de contas, havia parado ali com seu velho Projetor. Ele disse que se converteu muito jovem e que a Verdade do Evangelho impactou tanto a sua vida que desde então nunca mais conseguiu parar de falar de Cristo.

Ele não nos contou muitos detalhes, ou talvez não me lembre de todos, mas disse que havia conseguido aquele equipamento há muito tempo e desde então começou a visitar presídios, escolas, praças, cidades, passando filmes evangelísticos e levando a mensagem da Cruz. Em um ponto da sua vida ele e sua esposa se aposentaram e venderam o pouco que tinham para comprar um trailer no qual eles vivem hoje e com o qual viajam pelo Brasil, levando seu projetor de filmes, falando do amor do Mestre, compartilhando simplesmente o evangelho do Cristo que morreu na cruz para que tenhamos vida eterna.

Eu quis partilhar essa pequena história porque tenho me sentido constrangida nos últimos tempos e sentido muita falta do evangelho singelo e puro. Conhecer esse senhor foi uma das coisas que mais marcaram a minha vida. Sei que existem ainda hoje muitos outros homens de Deus e conheci alguns, mas a simplicidade e desapego daquele homem e a sua forma não rebuscada antes simples, sincera e verdadeira de falar de Cristo me emocionaram naquela noite, e ainda me emocionam quando lembro.

Ele não é conhecido na mídia, não tem muitos recursos, jamais ouvi falar dele em lugar algum, mas ele possui o que realmente importa: Ele tem verdadeiramente a Cristo como seu Senhor e Salvador, e o evangelho ardendo em seu coração.

Desejo que histórias como a do Pr. Esli nos façam lembrar o que realmente importa que preguemos e vivamos, e que esse exemplo de simplicidade possa nos fazer lembrar o que Jesus Cristo veio fazer na terra, em nós e através de nós. Finalizo com o agradecimento ao Maurilo e Vivian, donos e criadores desse blog, pelo convite para escrever aqui. Um abraço. Sua Sempre. Raquel Magalhães


"Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus." Atos 20:24 - NVI