O Espaço Aberto a Ciência e Tecnologia conversa sobre evolucionismo e até a autodestruição da raça humana com um dos maiores especialistas do Museu de História Natural de Washington. Não perca, nesta segunda-feira (21), às 21h30.

Mais de 200 anos depois do nascimento de Darwin, o pai da teoria da evolução continua provocando discussões ferozes. No Espaço Aberto Ciência e Tecnologia desta semana, você vai ver que, em pleno século XXI, os criacionistas - aqueles que acreditam que todas as formas de vida foram criadas exclusivamente por Deus - estão cada vez mais fortes. Hoje, eles chegam a combater a ciência com argumentos científicos. Vamos conversar sobre evolucionismo e até a autodestruição da raça humana com um dos maiores especialistas do Museu de História Natural de Washington.
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Fonte: Site Globo News

O programa acima irá ao ar amanhã (21 de Novembro) na Globo News. Eu estou curioso para ver a reportagem, apesar de imaginar mais ou menos o que virá. Provavelmente, irão chamar o criacionismo de pseudo-ciência, que não encontra revisão de suas premissas em revistas científicas e coisas do tipo. Também acho que não vão chamar um criacionista para apresentar sua posição, mas provavelmente um evolucionista. Mas enfim, já estamos acostumados com esse tipo de tratamento da mídia.
Mas o que me chamou a atenção foi o título da chamada, que já deixa bem claro duas coisas: os criacionistas são contrários à ciência e,para que algo possa ser considerado científico deve estar submisso à evolução darwiniana. Ou seja, o prumo para a empreitada científica é a própria evolução darwiniana e não o contrário.
Eu conheço vários criacionistas e nunca encontrei um único que diz que combate a ciência. Muito pelo contrário. Todos afirmam que não possuem problema nenhum com a ciência. O que eles combatem é a evolução darwiniana, que é uma teoria científica sobre a diversificação das espécies como as vemos hoje. Mais especificamente a neo-síntese darwiniana, que afirma que, através de mutações no DNA de seres primitivos que existiram milhões de anos atrás, atingimos toda a diversidade de vida que vemos no planeta.
É engraçado que esse comprometimento filosófico ao darwinismo demonstra um total desconhecimento sobre o que é ciência. A ciência está acima do darwinismo, não o contrário.
A teoria da evolução de Darwin, assim como toda e qualquer teoria sobre como as coisas aconteceram, deve ser testada e sabatinada. O método científico pode nos dizer se a teoria de Darwin é plausível ou não. Existem evidências para ela ou não? Ela pode ser testada, reproduzida em seus detalhes ou não? Ela pode ser observada? Ou ela é um ponto de partida para tentar explicar a si mesma? Quanto de raciocínio circular existe em tudo isso? Recomendo que o leitor pesquise sobre o método científico.
Mas tem muita gente que quer transformá-la em dogma, na teoria que não deve ser questionada ou testada. Ela deve ser aceita com fé cega. É a partir dela que todos determinamos aquilo que é ciência, aquilo que é científico. Ou seja, é uma determinação do que é ciência a partir de um dogma quase religioso.
Muita gente que tem debatido a teoria da neo-síntese darwiniana discorda de suas premissas baseado única e exclusivamente em questões científicas. A teoria de Darwin falha em explicar como a vida se originou na terra, falha em explicar como as primeiras mutações ocorreram, falha em explicar como essas mutações “decidiram” o que era benéfico ou não. Ou seja, dois pilares do darwinismo (abiogéneses e transição de formas mais simples para mais complicadas) simplesmente não foram comprovados ainda. Some-se ainda o fato que toda a vida, em seus menores detalhes parece projetada e que existe informação digital nas células, que pode ser lida, como um livro e a conclusão mais lógica e científica é que existe uma inteligência por trás de tudo isso.
É triste ver um canal de televisão, que diz fazer jornalismo sério, ser tão preconceituoso e partidário na hora de apresentar um tópico. Já esperamos isso. Mas eu acho que, a maneira mais respeitosa de apresentar o assunto seria dizer: “criacionistas combatem a teoria da evolução usando a ciência”. Mas aí já seria demais. Isso poderia mostrar que existe uma possibilidade da teoria evolucionista de Darwin não ser científica. Mesmo uma pequena possibilidade como essa não pode ser aceita. Não deve ser mencionada. Vai contra o dogma. Vai contra a crença. Coloca a fé evolucionista em dúvida. Podemos aceitar todas as conclusões, menos a que existe um Criador. Não, isso é demais. Isso é anti-cientifico.