Saturday, April 30, 2011


Na quinta-feira, várias pessoas no trabalho estavam comentado que acordariam bem cedo para assistir ao casamento do príncipe William of Wales com Catherine Middleton. Eu estava achando que tudo seria uma perda de tempo e não tinha a menor intenção de fazê-lo. Mas como nós tínhamos que acordar cedo de qualquer jeito para trabalhar, aproveitamos para assistir partes do casamento enquanto nos arrumávamos para o trabalho. Foi uma grata surpresa, que me inspirou a escrever sobre a cerimônia. Eu vou focar na questão espiritual e nas mensagens pregadas tanto pelo Arcebispo da Cantuária Rowan Williams quanto pelo Bispo de Londres Richard Chartres.

Eu acredito que a Vivian possa depois trazer outras perspectivas também sobre o casamento, especialmente por ela ser não somente fotógrafa quanto também estilista. Na verdade, foi a própria Vivian quem desenhou e acompanhou a confecção do seu vestido de noiva. Ainda assim, tudo o que vamos escrever aqui foi conversado entre nós ontem entre uma refeição e outra.

Os últimos anos tem sido uma temporada de casamento de nossos amigos mais próximos. Como estamos todos com idade próxima dos trinta anos, os namoros vão se transformando em noivados e depois casamentos. Só nesse ano estivemos em dois casamentos de amigos próximos. O tem sido assim nos anos anteriores. Temos então ouvido vários sermões, em diferentes igrejas, sejam protestantes (em sua maioria) ou mesmo cerimônias católicas. Algumas mensagens foram boas, outras foram horríveis, mas algo que parece ser constante em muitos dos casamentos que vimos é um foco na vida pós-casamento, na vida familiar, no cotiano. A leitura da Bíblia estava lá, os hinos estavam lá, todo mundo agradecendo a Deus, tudo estava lá. Mas parecia que faltava algo. Algo que sempre me incomodou pela sua falta nas cerimônias de casamentos que participamos. Algo que me parecia tão claro nas Escrituras em relação ao casamento que pareceria óbvio que todo ministro cristão deveria citar, deveria proclamar. Mas isso não acontecia. Eu encontrei essa algo que faltava no casamento que me parecia menos provável de ser encontrado, o casamento real. Estava lá: adoração a Deus através da celebração do casamento.
Quem assistiu ao casamento e entendeu o que estava sendo falado, ou leu o programa do casamento, pode perceber vários elementos do casamento que tinham em foco não somente a celebração do casamento entre dois jovens, mas especialmente, adorar a Deus como igreja. A Igreja Anglicana é a religião oficial da Inglaterra, tendo o monarca como Chefe da Igreja. No momento atual, a Rainha Elizabeth II ocupa esse cargo. Mas exatamente por ser uma religião oficial, via de regra se espera uma coisa muito mais protocolar do que espiritual. O protocolar estava lá, mas o espiritual também.
Minha primeira surpresa foi com a mensagem do Arcebispo da Cantuária Rowan Williams. Apesar do Dr. Williams ser favorável à ordenação de ministros homossexuais na Igreja Anglicana, ele acertou quando simplesmente leu a solenização do matrimônio do Livro de Oração Comum da Igreja*. É uma mensagem padrão, que aparentemente permanece inalterada desde de 1662. Ainda bem. A mensagem é tão linda, tão bíblica, que não precisa ser alterada. É exatamente o que eu sempre pensei que deveria ser pregado nas mensagens de casamento, mas raras vezes isso aconteceu. O mais interessante é que eu nunca tinha lido o texto do Livro de Oração Comum até o casamento. Os ministros responsáveis pela celebração dos casamentos fariam bem em estudar esse texto e talvez até incorporá-los na cerimônia. Eu não vou traduzir nesse momento todo o texto, mas a parte que mais me chamou a atenção diz assim:
“Amados, estamos reunidos aqui na presença de Deus e perante essa congregação, para unirmos esse homem e essa mulher em Santo Matrimônio, que é um estado honrado, instituído pelo próprio Deus, significando para nós a união mistica entre Cristo e a sua Igreja; em tal santo estado Cristo adornou e embelezou com sua presença, e no primeiro milagre que ele `lavrou, em Caná da Galiléia, e é recomendado em Santo Decreto a ser louvável entre todos os homens; e não deve portanto ser tomado ou realizado por ninguém de forma imprudente, levianamente ou injustificadamente, mas reverentemente, discretamente e sobriamente e no temor de Deus, devidamente considerando as causas pelas quais o Matrimônio foi ordenado.”
O ponto mais importante para mim nesse texto é a analogia do casamento que existe entre Cristo e Igreja. Esse é o ponto chave do casamento. Quando nos casamos, estamos mostrando para o mundo que existe uma união mística entre Cristo, o noivo, e a sua Igreja, a noiva. É isso que todo noivo deve ter em mente quando está se casando. É isso que toda noiva deve ter em mente quanto está se casando. Eles não estão só se cansado, estão também mostrando algo importante para o mundo. Quando o mundo olha para nós como casais, ele deve ver como o marido (representando Cristo) cuida e trata sua esposa e essa, por sua vez (representando a Igreja) cuida e se submete ao seu marido, assim como a Igreja se submete a Cristo. E o marido deve amar sua esposa até a morte, assim como Cristo amou a igreja até a morte. Assim como não se separa Cristo de sua Igreja, o marido também não se separa de sua esposa. Esse é o fundamento bíblico para o casamento. Infelizmente, ele é tão pouco citado nas mensagens que temos ouvido por aí. Ultimamente, o que tenho mais visto é uma bobagem sobre palavra empenhada que não possui fundamento nas Escrituras, além de ser vago e moralista. Eu não sei por que trocamos uma mensagem tão linda quanto a analogia de Cristo com a sua Igreja por uma outra que é feia e estranha às Escrituras. Mas como eu gostaria que tal mensagem fosse restaurada ao seu devido lugar no casamento. Se você que está lendo esse texto celebra casamentos, por favor, pense sobre isso. Trazer Cristo e a Igreja como analogia para o casamento não só mostra um fundamento bíblico para os noivos, quanto também exalta ao nosso Senhor, pois o estamos adorando através da proclamação do evangelho.
O foco de todo casamento deveria Cristo. A obra de Cristo. O que Ele fez e faz pela Igreja. Eu tenho a mais absoluta certeza que se todo marido cristão tivesse muito bem guardado em seu coração que ele representa Cristo no casamento e deve lidar com sua esposa como Cristo lida com a Igreja, os casamentos seriam muito diferentes.
A celebração desse casamento não teve apenas o Arcebispo da Cantuária, mas também o Bispo de Londres, Richard Chartres, apresentou uma linda homilia para os noivos. O Bispo Chartres, entre outras coisas, disse o seguinte:
“De certa forma, todo casamento é real com a noiva e o noivo como rei e rainha da criação, começando uma nova vida junto para que a vida possa fluir para o futuro.
William e Catherine, vocês escolheram se casar perante um Deus generoso quem amou tanto ao mundo que se deu por nós na pessoa de Jesus Cristo.
E no Espírito desse Deus generoso, marido e esposa devem se entregar um ao outro”.
O casamento é sempre celebrado na presença de Deus. De um Deus generoso. Essa mesma generosidade deve ser concedida um para o outro. Como reis e rainhas da criação (e aqui eu acho que o Bispo Chartres bebeu profundamente da fonte de C. S. Lewis), temos no casamento não somente as nossas necessidades atendidas, mas também um papel importante de representação do Reino de Deus. Tudo começa com Cristo e tudo termina com Cristo. Lindo.
Outros elementos da cerimônia também buscaram colocar o seu foco na adoração à Deus. Por exemplo, quando o irmão de Kate, James Middleton leu Romanos 12:1, 2, 9-18:
“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros; não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor; alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; acudi aos santos nas suas necessidades, exercei a hospitalidade; abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis; alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram; sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altivas mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios aos vossos olhos; a ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas dignas, perante todos os homens. Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”.
Ora, quem lê Romanos em seu casamento hoje em dia? Romanos é um dos nossos livros preferidos na Bíblia, tanto pela seu conteúdo doutrinário quanto pelo riqueza dessa doutrinas.
Além desse texto, os hinos tocados buscavam exaltar o nosso Deus em sua plenitude. Entre os hinos, temos Love Divine, All Loves Excelling, de Carlos Wesley, Jerusalem, de William Blake e Guide me, O Thou Great Jehovah, de William Williams. E claro, meu hino favorito, God Save our Queen. Tudo bem, esse último na verdade é o hino nacional, mas eu gosto dele. Aprendi de tanto ver os jogos de rugby da seleção inglesa.
Muitos elementos do casamento real buscavam adorar a Deus. Eu não sei se os noivos são realmente cristãos. A bem da verdade, tenho minhas dúvidas sobre isso. Mas tenho que tirar meu chapéu. A cerimônia foi espiritual e biblicamente rica. Pode ser mais por tradição que tantos acertos foram feitos. Isso não muda o fato que esses acertos foram feitos.
Gostaríamos muito de ver mais e mais elementos de uma verdadeira adoração bíblica nos casamentos. Mesmo que os celebrantes tenham que usar textos antigos e abrir mão um pouco da criatividade em seus textos. É melhor ser bíblico do que tentar inventar e passar longe do alvo. Além do mais, pelo o que temos visto nos casamentos, as mensagens já são padronizadas de qualquer jeito (tem uma história de frango/pão que todo mundo conta), então, porque não padronizar por cima?
Cristo deve ser sempre o principal foco de todo o casamento.

*Nós temos um livro de oração que é o nosso favorito, o The Valley of Vision, com várias orações puritanas. É muito bom e a sua leitura tem nos ajudado e elevar o nível e profundidade das nossa próprias orações. Mais um hábito que seria salutar no meio protestante/evangélico.

Posted on Saturday, April 30, 2011 by Maurilo e Vivian

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Perguntas para refletir. Uma por dia.

O amor é apenas um sentimento?

Por Critical Thinking

Posted on Saturday, April 30, 2011 by Maurilo e Vivian

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Friday, April 29, 2011

Primeira página da nona edição do Breve Catecismo de Westminster, de 1785

Aproveitando que hoje foi o famoso casamento real de H.R.H William of Wales e Cathrine Middleton que aconteceu na Abadia de Westminster, achei apropriado postar aqui no blog o Breve Catecismo de Westminster, um documento muito útil para o aprendizado da fé cristã na tradição reformada.
Muita gente pensa em catolicismo quando ouve a palavra catecismo, muito provavelmente primeira comunhão, mas na verdade, o catecismo sempre foi a forma das religiões ensinarem para seus novos convertidos e crianças sobre os fundamentos da fé. Toda religião tem o seu catecismo. Até mesmo o espiritismo possui um catecismo (que eu fiz download ontem para um futuro artigo).
Eu recomendo o uso do Breve Catecismo de Westminster tanto por pais que querem ensinar (enquanto aprendem) a fé cristã como também para os professores de Escola Dominical. Deveríamos voltar a antiga prática do catecismo. Quem sabe assim teremos cristão com uma melhor base sobre a sua fé e menos propensos a serem enganados ou assustados.

Breve Catecismo de West Minster

Posted on Friday, April 29, 2011 by Maurilo e Vivian

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Acabo de saber que o reverendo David Wilkerson morreu na quarta feira 27 de Abril, em um acidente de carro no Texas. Ele perdeu o controle do carro, entrou na contramão e bateu de frente com um caminhão. Ele foi declarado morto na hora. Sua mulher está no hospital, mas não temos notícias dela.
Wilkerson é bastante conhecido por seu livro “A Cruz e o Punhal”, onde ele relata seu trabalho de evangelismo com gangues e drogados em Nova Iorque. Ele é também o fundador da Times Square Church, também em Nova Iorque.
Eu me lembro de ouvir falar sobre Wilkerson logo após minha conversão. Seu livro foi um dos primeiros livros cristãos que eu li. Eu também vi o filme, de mesmo nome, nessa época. Eu me lembro de ficar admirado com a coragem desse pastor e com o seu amor por aqueles jovens que estavam perdendo suas vidas em brigas e drogas. Tudo isso foi muito marcante, especialmente anos depois quando eu estive com o pessoal da Jocum na Cracolândia e outros lugares do país pregando o evangelho.
Wilkerson também foi um dos grandes responsáveis pela propagação da mensagem “O Maior Segredo do Diabo”, de Ray Comfort. Quando Wilkerson ouviu a mensagem de Ray, entrou em contato com ele e o convidou para ir para Nova Iorque (Ray estava no sul da Califórnia) para compartilhar essa mensagem com vários pastores.
Sempre que um irmão em Cristo morre, uma mistura de tristeza e alegria toma conta do nosso coração. Tristeza porque somos privados de ter em nosso meio um homem com tanta coragem de levar o evangelho para aqueles que muitos temem até chegar perto! E a alegria, como não poderia deixar de ser, é de saber que nesse momento ele está com o Senhor.
Estejamos orando pela recuperação da esposa de Wilkerson, que continua no hospital. E especialmente, para que o legado desse nosso querido pastor continue e que muitos outros homens corajosos se levantem para proclamar as boas novas de Cristo.

Posted on Friday, April 29, 2011 by Maurilo e Vivian

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Perguntas para refletir. Uma por dia.

O que é emoção?

Por Critical Thinking

Posted on Friday, April 29, 2011 by Maurilo e Vivian

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Thursday, April 28, 2011

Posted on Thursday, April 28, 2011 by Maurilo e Vivian

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Uma das crenças fundamentais das Testemunhas de Jeová é que o nome correto de Deus Pao é Jeová e a nossa salvação depende do uso correto de tal nome e para fundamentar essa crença, eles citam Romanos 10:13, que na Tradução do Novo Mundo (a versão oficial da Torre de Vigia) diz assim:
“Pois todo aquele que invocar o nome de Jeová será salvo”.
No texto original em grego, Jeová não aparece. A palavra é “kyrios”, que quer dizer Senhor.
São tantos os problemas com essa visão que é um pouco difícil escolher apenas um para tratar. Podemos falar por exemplo do próprio nome Jeová, que não é e nunca foi o nome próprio de Deus. Jeová é uma aglutinação de consoantes do tetragrama (YHWH) com as vogais de Adonai. É como chamar Mario de Mauro. Mesmas consoantes (M, r) mas vogais diferentes. Poderia ser pior, chamar Mario de Maria. Assim, se realmente houvesse uma obrigação de se usar o nome próprio de Deus, as testemunhas de Jeová estariam chamando o Deus Pai com um nome diferente do verdadeiro.
Também é digno de notar que o próprio texto alterado pela TNM com a inserção de Jeová está na verdade se referindo a Jesus. Isso fica claro no versículo 9 do mesmo capítulo. Quando a Torre de Vigia inseriu Jeová no versículo 13, acabou chamando Jesus de Jeová.
Mas uma das formas mais interessantes para se mostrar a falha nesse pensamento é mostrar que o nome que é verdadeiramente exaltado no Novo Testamento é o de Jesus. Através de uma série de perguntas, escritas por Marian Bodine, é possível mostrar para a testemunha de Jeová que bate e sua porta (ou que você encontra nas ruas pela manhã) que o nome de Jesus é o nome central na salvação. Realmente, a citação de Joel 2:32 em Romanos 10:13 faz sentido, pois Jesus Cristo é o Senhor (YHWH / Kyrios) e Salvador (veja Isaías 43:11 comparado com Lucas 2:11).

Perguntas:
• Em nome de quem devemos congregar (Mateus 18:20; 1 Coríntios 5:4)?
• Os demônios se sujeitam ao nome de quem (Lucas 10:17; Atos 16:18)?
• Arrependimento e perdão devem ser pregados no nome de quem (Lucas 24:47)?
• Em qual nome você deve acreditar e receber perdão pelos seus pecados (João 1:12; 3:16; Atos 10:43; 1 João 3:23; 5:13)?
• Pelo nome de quem, e nenhum outro, obtemos salvação (Atos 4:12)?
• Qual nome deve ser invocado enquanto pedimos nossas petições a Deus em oração (João 14:13, 14; 15:16; 16:23,24)?
• Em nome de quem o Espírito Santo é enviado (João 14:26)?
• Em qual nome e autoridade foi invocado pelos discípulos para curar os doentes e mancos (Atos 3:16; 4:7- 10,30)?
• Em nome de quem Paulo nos diz que devemos clamar (1 Corintios 1:2)?
• Qual nome está acima de todo o nome (Efésios 1:20,21; Filipenses 2:9-11)?

Posted on Thursday, April 28, 2011 by Maurilo e Vivian

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Perguntas para refletir. Uma por dia.

Quando você sente dor, a dor é na sua boca ou no seu cérebro?

Por Critical Thinking

Posted on Thursday, April 28, 2011 by Maurilo e Vivian

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Wednesday, April 27, 2011


Se os sulistas que acreditavam na Bíblia tivessem seguido o código legal de Israel, a escravidão antes da Guerra Civil não teria existido ou teria sido bem mais branda.


Harriet Beecher Stowe (1811–96) é a famosa autora de Uncle Tom’s Cabin (A Cabana do Pai Tomás). Quando Abraham Lincoln encontrou com ela em sua visita a Casa Branca, ele propositalmente disse “Então você é a mulher que escreveu o livro que começou essa grande guerra!” Stowe descreveu a natureza da escravidão antebellum (pré-Guerra Civil): “O poder legal do mestre chega a um absoluto nepotismo sobre corpo e alma,” e “não existe proteção para a vida do escravo.”1

Quando os cristão e não cristão leem sobre escravos ou escravidão em Israel, muitas vezes eles pensam no modelo de escravidão antebellum, com o seu tráfico de escravos e crueldades. Isso é uma percepção errada e muitos – incluindo os Novos Ateus – compraram essa percepção distorcida. Sam Harris escreve que escravos são seres humanos que são capazes de sofrer e de serem felizes. Ainda assim, o Velho Testamento os trata como “equipamento de fazenda”, o que é “patentemente ruim.”2

Nesse e em dois artigos consecutivos, eu vou abordar a escravidão nas Escrituras. Nos dois primeiros artigos eu vou focar na escravidão no Velho Testamento. O terceiro irá abordar a escravidão no Novo Testamento. Para uma discussão mais detalhada, leia meu livro Is God a Moral Monster? (Baker, January 2011).


A servidão hebreia como servidão por dívida
Nós devemos comparar a servidão por dívida hebreia (muitas traduções convertem esse termo como “escravidão”) mais como empregos de aprendizes para pagar dívidas – parecido com a servidão de débito durante a fundação dos Estados Unidos quando as pessoas trabalhavam aproximadamente sete anos para pagar o débito de suas passagens para o Novo Mundo. Após isso eles se tornavam livres.

Na maioria dos casos, servidão era mais como um empregado que mora na mesma casa, temporariamente incorporado com os empregados da casa. Mesmo hoje, times trocam os jogadores com outros times que possuem um dono, e esses jogadores pertencem a uma rede. Esse tipo de linguagem dificilmente sugere escravidão, mas um contrato formal acordado que deve ser cumprido – como no Velho Testamento.3

Seja por colheitas ruins ou outros desastres, o débito tendia a vir até as famílias, não somente indivíduos. Alguém poderia voluntariamente entrar em um acordo contratual (“vender” a si mesmo) para trabalhar na casa de outra pessoa: “um de seus conterrâneos se tornar pobre e vender a si mesmo” (Levítico 25:47). Uma mulher ou uma criança poderia ser “vendida” para ajudar a sustentar a família que está passando por momentos econômicos difíceis – a não ser que um parente os “redima” (pague o seu débito). Eles seriam servos por dívida por seis anos.4 Uma família talvez tivesse que hipotecar sua terra até o ano do Jubileu a cada 50 anos.5

Nota: No Velho Testamento, os de fora não impunham servidão – como fazia o Sul antebellum.6 Mestres poderiam contratar servos “de ano a ano” e não deveriam “dominá-los com rigor” (Levítico 25:46,53). Ao invés de serem excluídos da sociedade israelita, os servos eram incorporados dentro dos lares israelitas.

O Velho Testamento proibia servidão inevitável por toda uma vida – a não ser que alguém amasse o seu amo e quisesse se mantar ligado a ele (Êxodo 21:5). Os mestres deveriam libertar seus servos a cada sétimo ano com todos as dívidas perdoadas (Levítico 25:35–43). O status legal de um escravo era único no Oriente Médio Antigo (OMA) – uma melhoria dramática em relação aos códigos legais do OMA: “o hebraico não tem vocabulário de escravidão, apenas de servidão.”7

A garantia de liberdade a cada sete anos para os servos israelitas era um controle ou regulação para prevenir o abuso e a institucionalização de tal posição. O ano da liberdade lembrava aos israelitas que a servidão induzida por pobreza não era um arranjo social ideal. Por outro lado, a servidão existia em Israel precisamente por a pobreza existia em Israel. Sem pobreza, sem servos em Israel. E se os servos viviam em Israel, era de forma voluntária (tipicamente induzido por pobreza – não de forma forçada.

A dignidade dos servos em Israel
As leis sobre servidão de Israel estavam preocupadas em controlar ou regular – não idealizar – um acordo de trabalho inferior. Os israelitas entravam em servidão voluntariamente – não de forma ideal. As intenções das leis de Israel era combater potenciais abusos, não institucionalizar a servidão. O Velho Testamento punia escravidão forçada com a morte. Uma vez que um mestre libertava um servo de suas obrigações, o antigo servo tinha o “status de cidadão completo e totalmente desimpedido”.8

A legislação do Velho Testamento buscava prevenir a servidão por dívida voluntária. Deus deu a legislação Mosaica para prevenir que o pobre entrasse, mesmo que temporariamente, em servidão voluntária por dívida. O pobre poderia colher dos cantos das colheitas ou pegar as frutas nas arvores após os períodos de colheita dos Israelitas (Levítico 19:9,10; 23:22; Deuteronômio 24:20,21; cp. Êxodo 23:10). Deus, também, ordenou que os israelitas emprestassem livremente para os pobres (Deuteronômio 15:7,8), e não deveriam cobrar juros deles (Êxodo 22:25; Levítico 25:36,37). E quando os pobres não podiam pagar por animais sacrificiais, eles podiam sacrificar animais menores, menos caros (Levítico 5:7,11). Além disso, o povo deveria cancelar automaticamente as dívidas a cada sete anos. E quando um mestre libertava um servo por dívida, ele deveria generosamente prover para ele – sem um “coração invejoso” (Deuteronômio 15:10). Resumindo: Deus não desejava que houvesse pobreza (ou servidão) em Israel (Deuteronômio 15:4). Portanto, as leis de servidão existiam para ajudar o pobre, não para prejudicá-los ou mante-los sob julgo.

Ao invés de relegar as leis de tratamento dos servos (“escravos”) para o final do código legal (comumente feito por outros código legais do OMA), o assunto está a frente e no centro de Êxodos 21. Pela primeira vez no OMA, a legislação de Deus requeria que se tratassem servos (“escravos”) como pessoas, não propriedades. Gênesis 1:26,27 afirma que todos os homens carregam a imagem de Deus. Jó afirma que tanto mestre quanto escravo saem do útero da mulher e são no final das contas iguais (Jó 31:13–15). Como um erudito afirma: “Nós temos na Bíblia a primeira apelação na literatura humana para tratar escravos como seres humanos por eles mesmos e não pelos melhores interesses de seus mestres.”9

As provisões memoráveis em Israel
Uma simples comparação das leis de Israel com outras do resto do OMA revela três diferenças notáveis. Se os sulistas que acreditam na Bíblia tivessem seguido essas provisões, a escravidão antes da Guerra Civil não teria existido ou teria sido bem mais branda.

1. :Leis Anti-Dano: Uma melhoria memorável das leis de Israel sobre outras leis do OMA é a liberação de servos machucados (Êxodo 21:26,27). Quando um empregador (“mestre”) acidentalmente feria o olho ou arrancava o dente de seu servo/empregado homem ou mulher, ele/ela deveria ser libertado. Deus não permitia abuso físico dos servos. Se um empregador disciplinando seu servo viesse a matá-lo, então o empregador (“mestre”) deveria ser morto por assassinato (Êxodo 21:20) — diferentemente dos outros códigos do OMA.10 De fato, o código babilônico de Hamurábi permitia que o mestre cortasse a orelha de seus escravo desobediente (¶282). Tipicamente nos códigos legais do OMA, mestres — não os escravos — eram financeiramente compensados. A Lei Mosaica, no entanto, tinha os mestres como legalmente responsáveis pelos seu tratamento para com seus servos - não somente com os servos de outras pessoas.

2. Leis Anti-Sequestro: Um outro aspecto único da Lei Mosaica é a condenação do sequestro de pessoas para vendê-las como escravas – um ato punido com morte (Êxodo 21:16; compare Deuteronômio 24:7). Sequestros, claramente, foi a maneira pela qual a escravidão antebellum ganhou força.

3. Leis Anti-Retorno: Diferentemente do Sul antebellum, Israel deveria oferecer um porto seguro para escravos fugitivos (Deuteronômio 23:15,16) — um grande contraste com a Lei de Escravos Fugitivos dos estados do sul. O código de Hamurábi exigia a pena de morte para aqueles que ajudassem os escravos fugitivos (¶16). Em outros casos menos severos — nas leis de Lipit-Ishtar (¶12), Eshunna (¶49-50), e Hititas (¶24) — fianças eram expedidas para quem protegesse um escravo fugitivo. Alguns afirmam que isso era uma melhoria. Bem, mais ou menos. Nesses cenários “melhorados”, o escravo ainda era propriedade; os acordos de extradição do OMA ainda requeriam que o escravo fosse retornado para o seu mestre. E não somente isso, o escravo retornaria para as condições difíceis que o incentivaram a fugir.11 Mesmo leis babilônicas melhoradas do primeiro milênio a.C. incluíam compensação para o dono (ou algo mais severo) pela proteção a escravos fugitivos. No entanto, o escravo quando retornava era desfigurado, incluindo o corte de orelhas ou marcação a ferro.12 Esse não é exatamente o tipo de melhoria para se espalhar publicamente.

O erudito em Velho Testamento Christopher Wright observa: Nenhuma outra lei do Oriente Médio antigo foi encontrada que tenha o mestre como responsável pelo tratamento de seus próprios escravos (exceto quando causa avarias ao escravo de outro mestre) e a outra lei praticamente universal sobre escravos que fugiam que deveriam ser devolvidos, com severas penas para aqueles que falhavam em cumprir tal lei.”13

Se o Sul tivesse seguido essas três leis claras de Êxodos e Deuteronômio, a escravidão não teria sido tão forte. E o mais importante, o tratamento dos servos (escravos) por Israel não encontrou paralelos no Oriente Médio Antigo.

Na próxima edição, eu vou abordar algumas das passagens sobre “escravidão” que mais “pegaram”.

PAUL COPAN, Ph.D., West Palm Beach, Florida, é professor e Pledger Family Chair de Filosofia e Ética na Palm Beach Atlantic University em West Palm Beach, Florida. Ele é autor e editor de um vasto número de livro, incluindo When God Goes to Starbucks (Quando Deus vai ao Starbucks), True for You, But Not for Me (Verdade para Você mas não para Mim), That’s Just Your Interpretation (Isso é só a Sua Interpretação), e Creation Out of Nothing (Criação a Partir do Nada). Ele também é presidente da Evangelical Philosophical Society (Sociedade Evangélica de Filosofia).

Notas
1. Harriet Beecher Stowe, A Key to Uncle Tom’s Cabin; Presenting the Facts and Documents Upon Which the Story Is Founded, Together With Corroborative Statements Verifying the Truth of the Work (Boston: John P. Jewett, 1853), I.10, 139.

2. Sam Harris, The End of Faith (New York: W.W. Norton, 2004), 18.

3. Douglas Stuart, Exodus (Nashville: B&H, 2009), 474,5.

4. From Tikva Frymer-Kenski “Anatolia and the Levant: Israel,” in A History of Ancient Near East Law, vol. 2, ed., Raymond Westbrook (Leiden: Brill, 2003).

5. See Gregory C. Chirichigno, Debt-Slavery in Israel and the Ancient Near East, JSOT Supplement Series 141(Sheffield: University of Sheffield Press, 1993), 351–54.

6. See Gordon Wenham, “Family in the Pentateuch,” in Family in the Bible, eds.Richard S. Hess and Daniel Carrol (Grand Rapids: Baker Academic, 2003), 21.

7. J.A. Motyer, The Message of Exodus (Downers Grove, Illinois: InterVarsity, 2005),239.

8. John I. Durham, Exodus (Waco, Tex.: Word1987), 321.

9. Muhammad A. Dandamayev, s.v. “Slavery (Old Testament),” in Anchor Bible Dictionary, vol. 6, ed. David Noel Freedman (New York: Doubleday, 1992).

10. See Christopher Wright, Old Testament Ethics and the People of God (Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 2006), 292.

11. ANE legal texts references are from William W. Hallo, ed., The Context of Scripture: Volume II: Monumental Inscriptions From the Biblical World (Leiden: Brill, 2003); Martha T. Roth, Law Collections From Mesopotamia and Asia Minor, 2nd ed. (Atlanta: Scholars Press, 1997). See also Elisabeth Meier Tetlow, Women, Crime, and Punishment in Ancient Law and Society: Volume 1: The Ancient Near East (New York: Continuum 2004).

12. Raymond Westbrook, ed., s.v. “Neo-Babylonian Period,” A History of Ancient Near Eastern Law, 2: 932.

13. Wright, Old Testament Ethics, 292.

Posted on Wednesday, April 27, 2011 by Maurilo e Vivian

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Perguntas para refletir. Uma por dia.

Podemos realmente saber como um morcego se sente?

Por Critical Thinking

Posted on Wednesday, April 27, 2011 by Maurilo e Vivian

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Um dia desses estava navegando pela site da Credo House e encontrei o artigo EVIDENCE FOR THE RESURRECTION OF CHRIST IN A NUTSHELL (Evidência para a ressurreição de Cristo em uma casca de nós) e nesse artigo, entre várias coisas interessantes, tinha duas ilustrações que mostrava como o cristianismo e outras religiões começaram. As ilustrações são bastante explicativas e demonstram como o cristianismo é uma religião diferente de todas as outras, desde as suas origens.



Posted on Wednesday, April 27, 2011 by Maurilo e Vivian

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Tuesday, April 26, 2011


Perguntas para refletir. Uma por dia.

O que é consciência?

Por Critical Thinking

Posted on Tuesday, April 26, 2011 by Maurilo e Vivian

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Monday, April 25, 2011


Alguns dias atrás postamos um texto mostrando que existem muitas evidências históricas que mostram que Adolf Hitler na verdade não era cristão. Quanto que muito, foi um católico por conveniência, pois seria impossível para ele ganhar popularidade entre os alemães se esses realmente soubessem o que o Führer pensava realmente sobre o cristianismo. Apesar da vasta documentação, um ateu, fregues habitual de nosso blog, não concordou e apresentou outras fontes afirmando que Hitler não somente era católico como também um cristão fervoroso. Recomendo a leitura da postagem e também dos comentários em Hitler era cristão?
Durante a troca de ideias, em um momento eu questionei meu amigo ateu sobre qual texto do Novo Testamento, qual ideia de Jesus Cristo, o fundador do cristianismo, teria sido o fomentador de toda a atrocidade cometida por Hitler durante o governo nazista. Eu não sei se fruto do desespero ou do despreparo, meu amigo ateu me presenteou com o texto de Mateus 10:34, que diz assim:
“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada”.
Simples assim. Mateus 10:34, assim como as suras do Alcorão que incentivam a morte dos infiéis, é um texto de ódio que, se seguido por todos os cristãos, justificaria uma onda de atrocidades. Será? Vamos dar uma boa olhada nesse texto e ver se a tentativa do meu amigo ateu tem algum fundamento ou foi mais uma medida desesperada para defender suas crenças.

Mateus 10:34 é apresentado na Skeptic's Annotated Bible (Bíblia Anotada do Céticos) como um texto que leva ao ódio. Acredito que tenha sido essa a fonte de inspiração para o meu querido amigo ateu. A Skeptic's Annotated Bible possui um texto explicativo sobre o versículo em questão, além de ícones como o de intolerância, contradição, crueldade e outros. É importante notar que, apesar de declarar com toda a força que a Bíblia é intolerante, o próprio site demonstra total intolerância com o texto bíblico. Veja por você mesmo o site. Está em inglês. Se alguém souber da mesma empreitada em português, por favor me avisem.
Mas eu acredito que a maior intolerância na questão é com as regras mais básicas de interpretação de texto. Um pouco de hermenêutica básica poderá nos ajudar a entender o que Jesus disse em Mateus 10.
Uma das primeiras regras para se entender um texto, não somente bíblico, mas qualquer texto, é entender o contexto que ele está escrito. Qualquer um pode tirar um texto do contexto e colocar na boca de alguém uma afirmação que tal pessoa não fez. É possível fazer isso com qualquer livro, até com o Bíblia. Eu posso fazer a própria Bíblia negar a existência de Deus. Por exemplo, posso citar Salmo 14:1 que diz “Não há Deus”. É isso que está no texto. Mas é somente isso? Ou talvez o autor do texto esteja dizendo algo mais? Colocando o texto em seu contexto temos: “Diz o tolo no seu coração: Não há Deus”. Bem diferente não é? Pois é exatamente o que temos com o comentário do ateu de plantão. Eu não sei se motivado por ignorância ou por desespero, como já disse, mas essa é uma tática comum daqueles que tentam pintar um quadro do cristianismo e do Deus cristão de uma forma diferente daquele apresentado nas Escrituras. É uma condição sine qua non para tentar levar a doutrina ateísta para a frente.
Vamos ver o texto de Mateus 10:34 dentro do seu contexto. Na verdade, acredito que a simples leitura do capítulo pode mostrar o real significado das palavras de Jesus:

E, chamando a si os seus doze discípulos, deu-lhes autoridade sobre os espíritos imundos, para expulsarem, e para curarem toda sorte de doenças e enfermidades. Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão Cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu. estes doze enviou Jesus, e ordenou-lhes, dizendo: Não ireis aos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; e indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre, em vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de alparcas, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento. Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela é digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis. E, ao entrardes na casa, saudai-a; se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz. E, se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, saindo daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para a terra de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Acautelai-vos dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; e por minha causa sereis levados à presença dos governadores e dos reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não cuideis de como, ou o que haveis de falar; porque naquela hora vos será dado o que haveis de dizer. Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós. Um irmão entregará à morte a seu irmão, e um pai a seu filho; e filhos se levantarão contra os pais e os matarão. E sereis odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo. Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que venha o Filho do homem. Não é o discípulo mais do que o seu mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos? Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto que não haja de ser conhecido. O que vos digo às escuras, dizei-o às claras; e o que escutais ao ouvido, dos eirados pregai-o. E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo. Não se vendem dois passarinhos por um asse? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos. Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus. Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á. Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá a recompensa de justo. E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa.

Mateus 10

O capítulo 10 de Mateus é uma conversa que Jesus estava tendo com os Doze dando instruções sobre como eles deveriam agir na pregação do evangelho. Jesus diz que eles devem sair pregando que “É chegado o reino dos céus” (v. 7), que devem curar os enfermos, ressuscitar os mortos, limpar os leprosos, expulsar os demônios e tudo fazendo de graça (v. 8). Devem viajar leve, levando pouca coisa (vs. 9 e 10), buscar pessoas dignas para a hospedagem (vs 11-13) e sobre como proceder naqueles lugares que não forem bem recebidos (vs 14 e 15). Desse momento em diante, Jesus começa a falar sobre os perigos que os discípulos experimentarão em sua caminhada cristã. Os discípulos serão como ovelhas no meio de lobos (v 16), serão açoitados (v 17), por causa de Jesus serão levados na presença de autoridades (v 18). O cristão não estará sozinho nesse momento (vs 19 e 20). Logo em seguida Jesus continua falando sobre as coisas que vão acontecer por causa da perseguição que virá, que atingirá até mesmo o ambiente familiar (v 21). Os discípulos serão odiados por causa de Jesus (v 22), mas ao invés de reagir e confrontar, os discípulos devem fugir da cidade que os perseguir (v 23). Jesus também deixa claro que os discípulos sofrerão assim como ele sofrerá (vs 24-27) e eles devem saber que todas essas coisas estão acontecendo sob a direção de Deus (vs 28-31). Jesus também faz uma promessa para aqueles que o confessarem perante o mundo (v 32), assim como um advertência para os que o negarem (v 33). E no versículo 34 Jesus, finalmente, diz que não veio trazer paz, mas espada. Jesus continua pelo restante do capítulo mostrando que divisões acontecerão nas famílias por causa dele e que os piores inimigos de um homem serão os da sua casa.
John MacArthur comenta o seguinte sobre o versículo 34: “Apesar do objetivo final do evangelho ser paz (João 14:27, Romanos 8:6), o resultado imediato do evangelho é frequentemente conflito. A conversão a Cristo pode resultar problemas no relacionamento familiar (vs 35,36), perseguição e até mesmo o martírio. Seguir a Cristo pressupõe uma prontidão para suportar tais coisas (vs 32, 33, 37-39). Apesar de ser chamado de “Príncipe da Paz” (Isaías 9:6), Cristo não irá iludir ninguém para pensar que Ele tem chamado os crentes para viver uma vida livre de conflitos”.
O capítulo 10 de Mateus é uma advertência para os discípulos sobre as coisas que acontecerão com eles por causa da pregação do evangelho. Isso é sustentado tanto pelo contexto do capítulo, que é um contexto de perseguição e não de ataque, já que Jesus poderia ter dito “ide e derrubai as muralhas pela espada, matem aqueles que não aceitarem a mensagem de salvação”. Mas ele não chegou nem perto disso. Ele até instrui os discípulos a fugirem da perseguição, ao invés de retaliar. Deveriam deixar que Deus seria a justiça deles, não eles mesmos. Outro ponto que sustenta essa interpretação de Mateus 10 nos é dado pelo história, que registra que essas exatas coisas aconteceram com os discípulos. Eles foram perseguidos, mortos, mutilados, passaram fome e tantos e tantos outros males, tudo sem revidar e de forma pacífica. Isso é um fato histórico.
Podemos ver, sem a menor sombra de dúvida, que o texto de Mateus 10:34 não é um versículo que instaura a violência, mas sim uma alerta para os cristão que sofrerão de violência por causa de Cristo. E temos visto isso, nos mais variados níveis. O ódio que muitos ateus expressam em relação à Cristo e ao cristianismo é o cumprimento nos dias de hoje no mundo ocidental das palavras de Jesus. Isso não é nada comparado aos nossos irmão que sofrem sob a espada de muitos governos, especialmente hoje em dia nos países muçulmanos. Mas também sofreram sob o governos ateísta de Stalin e Mao Tse Tung.
Espero que da próxima vez meu amigo ateu seja mais cauteloso em sua tentativa desesperada de promover sua crenças. Infelizmente não se pode esconder atrás da ignorância ou dos desespero para sempre.

Posted on Monday, April 25, 2011 by Maurilo e Vivian

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Perguntas para refletir. Uma por dia.

É possível que nós vivamos em uma simulação de computador?

Por Critical Thinking

Posted on Monday, April 25, 2011 by Maurilo e Vivian

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segundas com termos da teologia hoje agostinho



Anticristo:



Literalmente "contra Cristo", o termo refere-se à oposição individual, social ou ideológica às palavras e obras de Cristo. Para alguns teólogos, o Anticristo é um indivíduo que no futuro se oporá a Cristo e cujo governo no mundo servirá de sinal da iminência da segunda vinda de Cristo. O termo aparece somente nas cartas de João, embora os escritores tanto do AT quanto do NT usassem termos semelhantes, como "filho de Belial" (encontrado no Pentateuco e nos livros históricos), "o chifre pequeno" (Daniel), a "abominação da desolação" (Mateus e Marcos; Daniel) e o "homem da iniquidade" (Paulo).

Fonte: Dicionário de Teologia, edição de bolso. Ed. Vida.

Posted on Monday, April 25, 2011 by Maurilo e Vivian

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Sunday, April 24, 2011


Perguntas para refletir. Uma por dia.

Computadores podem ser criativos?

Por Critical Thinking

Posted on Sunday, April 24, 2011 by Maurilo e Vivian

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Dan Barker é um ateu que era pastor. Dan é atualmente funcionário da Freedom From Religion Foundation (Fundação Liberdade da Religião).

Dan compôs algo que é chamado de “Desafio da Páscoa”. Ele tem pedido para o público (especialmente os cristãos) a responder 17 perguntas sobre o relato da páscoa e dar uma cronologia bíblica sem omitir nenhum versículo. Dan Barker também pede para que os crentes mostrem como os eventos que rodeiam a páscoa podem ser harmonizados. Você pode ler esse desafio aqui http://planetainsanidadecoletiva.blogspot.com/2010/03/dan-barker-um-desafio-de-pascoa.html

Eu escrevi um livro chamado "The Skeptic's Annotated Bible: Corrected and Explained" (A Bíblia Anotada do Cético: Corrigida e Explicada) que responde a mais de 3000 dificuldades bíblicas. Portanto, eu pude responder 7 das perguntas de Barker com meu livro. As outras foram respondidas usando lógica simples e boa hermenêutica. Se você quiser ver algumas dessas orientações de hermenêutica, por favor visite: http://mauevivian.blogspot.com/2011/01/dica-interpretar-biblia.html

Os relatos dos evangelhos são bem diretos. São bem diferentes e reveladores. No entanto, eles não são e não pretendem ser relatos exaustivos. Nós conseguimos detalhes diferentes de cada relato. Isso não é um problema, no entanto e Dan admite isso. Eles simplesmente quer saber como eles podem ser harmonizados e verdadeiros. Abaixo segue minha resposta para o seu desafio.

Por último, ao invés de apenas dar uma cronologia da Páscoa, eu preparei uma cronologia pós-ressurreição completa. Eu peguei cada versículo da Páscoa e os coloquei no lugar cronológico correto. Isso exigiu versículos de todos os quatro evangelhos além de alguns versículos de Atos.

Eu espero que Dan Barker goste da forma como eu resolvi o seu “Desafio da Páscoa”. Foi um prazer responder todas as suas perguntas e prover uma cronologia dos relatos pós-ressurreição.
A Deus seja a Glória!

A Cronologia dos Relatos Pós-Ressurreição


1) Mateus 28:2 – Houve um grande terremoto e o anjo do Senhor desceu e rolou a pedra e sentou sobre ela.

2) Mateus 28:3 e 4 – O semblante do anjo parecia como um relâmpago e sua face como neve e os guardas tremeram e caíram no chão como se estivessem mortos.

3) João 20:1-2 – Maria Madalena veio até o túmulo enquanto ainda estava escuro e viu a pedra rolada para longe. Ela correu e foi até pedro e um outro discípulo e contou a novidade para eles.

4) Mateus 28:1 – Enquanto um novo dia se iniciava, Maria Madalena e a outra Maria vieram ver o túmulo.
4) Marcos 16:1 – Maria Madalena, Maria e Salomé trouxeram especiarias e foram para o túmulo.

5) Marcos 16:2-4 – Bem cedo pela manhã, depois do nascer do sol, foram para o túmulo.
5) Lucas 24:1-3 – Bem cedo pela manhã, elas e certamente outras mulheres foram para o túmulo com especiarias e o encontraram vazio.

6) Mateus 28:5-7 – O anjo falou. Disse para as mulheres não temerem e diz que Jesus foi crucificado e se levantou dos mortos. O anjo também diz para elas dizerem para os discípulos que Ele estava vivo e os encontraria na Galileia.
6) Marcos 16:5-7 – Elas encontraram a pedra rolada para longe, entram no túmulo e viram um homem em uma túnica branca (um anjo) sentado no túmulo. Ele diz para elas que Jesus ressuscitou e que os encontraria na Galileia.
6) Lucas 24:4-8 – As mulheres entraram no túmulo e encontraram dois homens em roupas que brilhavam como um relâmpago (anjos). Um falou e disse que Jesus tinha ressuscitado.

7) Marcos 16:8 – Elas correram do túmulo; maravilhadas e com medo e não disseram nada sobre a experiência.

8) Mateus 28:8 – As mulheres foram embora com alegria e temor e correram.

9) Marcos 16:9-11 - Jesus apareceu para Maria Madalena, então ele disse para os discípulos mas eles não acreditaram.

10) Mateus 28:9-10 – As mulheres correram para Jesus. Eles diz para que elas não temessem e que ele encontraria com elas e com os irmãos novamente na Galileia.

11) Lucas 24:9-11 – Maria Madalena, Joana, Maria e a outra mulher foram até os onze e disseram para eles o que aconteceu. No entanto, os discípulos duvidaram.

12) Lucas 24:12 – Pedro correu para o túmulo e o encontrou vazio.
12) João 20:3-10 – Pedro e os outros discípulos correram para o túmulo. Eles descobriram que a pedra havia sido rolada para longe e Jesus não estava e eles foram embora.

13) João 20:11-17 – Maria (que vimos no versículo 18 é na verdade Maria Madalena.) chorava do lado de fora do túmulo. Dois anjos estavam ali e um falou com ela. Maria falou sobre sua preocupação sobre a falta do corpo de Jesus e então Jesus apareceu para ela. Ela pensou que ele era um jardineiro, mas eventualmente foi convencida que era o Cristo ressurreto.

14) Marcos 16:12-13 - Jesus apareceu para dois discípulos. Eles disseram para o resto e eles não acreditaram.
14) Lucas 24:13-32 - Jesus apareceu para dois homens no caminho de Emaús. Ele ouve eles falarem sobre Aquele que morreu e ressuscitou do sepulcro. Ele jantou com eles e se revela para eles e então desaparece.
14) Lucas 24:33-35 – Os homens retornaram para Jerusalém e disseram para os onze e outros discípulos como Jesus apareceu para eles e estava vivo.
14) João 20:18 – Maria Madalena disse para os discípulos o que ela viu e o que aconteceu.

15) Atos 1:4-5 - Jesus diz para que eles esperem em Jerusalém pelo Espírito Santo.
15) João 20:19-25 - Jesus aparece para eles. Ele mostrou o seu corpo para eles e provou ser o Cristo ressurreto. Tomé não estava presente e não viu Jesus, então duvidou.

16) João 20:26-29 – Oito dias depois, Jesus apareceu para Tomé e provou para ele que era o Cristo ressurreto.
16) Marcos 16:14-18 - Jesus apareceu para os onze, repreende a sua descrença e os encoraja a fazer grandes coisas em seu nome.

17) Mateus 28:11-15 – Os líderes religiosos pagam os guardas para dizerem que os discípulos roubaram o corpo de Jesus.
18) João 20:30-31 – Está escrito que Jesus fez muitas outras coisas e outros milagres na presença de seus discípulos que não estão registrados.

19) João 21:1-24 - Jesus encontra alguns discípulos na Galileia, cumprindo a mensagem profética dos anjos entregaram no túmulo. Ele come alguns peixes e restaura Pedro.
19) Mateus 28:16-17 – Os 11 discípulos foram para a Galileia e encontraram Jesus.

20) Mateus 28:18-20 - Jesus dá a Grande Comissão para os seus discípulos.

21) João 21:25 – Está escrito que Jesus fez muitas outras coisas na presença de seus discípulos que não foram registrados pelo autor de João.
21) Atos 1:1-3 – Jesus andou na Terra por 40 dias antes da ressurreição.
21.5) Lucas 24:36-49 – Jesus se revelou para eles. Eles estavam assustados e Jesus mostrou suas mãos e pés. Jesus comeu peixe com eles e disse algumas coisas. Jesus resumiu sua missão e o que Ele havia feito. Ele disse para eles esperarem em Jerusalém até a chegada do Espírito Santo.

22) Marcos 16:19-20 – Após sua missão pós-ressurreição terrestre estava cumprida, Ele ascendeu aos céus.
22) Lucas 24:50-53 - Jesus levou seus discípulos para perto de Betânia, os abençoou e subiu para os céus.

Resposta para as Perguntas de Dan Barker

A que horas as mulheres visitaram o túmulo? Quem eram as mulheres?
João não diz que apenas uma mulher visitou o túmulo. João registrou a visita de Maria Madalena ao túmulo (enquanto ainda estava escuro).

Mateus 28:1 registra que Maria Madalena e outra Maria estavam visitando o túmulo na aurora.

Marcos registra que Maria Madalena, a outra Maria e Salomé estavam visitando o túmulo enquanto o sol nascia.

Lucas usa a palavra “elas” e não indica quem estava visitando o túmulo. Ele apenas indica quem disse os acontecimentos para os discípulos.

Esses relatos não se contradizem. Primeiro, não existe argumento a partir do silêncio. Com isso em mente, não existem histórias conflitantes, apenas relatos separados. Para que tivéssemos uma verdadeira contradição, algum autor precisaria dizer que uma das mulheres listadas, em um ou mais dos evangelhos, não estava lá.

Se tomarmos esse relatos de forma literal e assumirmos que cada autor sabia quem estava onde a todo o tempo, então Maria Madalena foi para o túmulo primeiro. Em seguida a outra Maria se juntou a ela. Imediatamente depois Salomé se juntou a elas. Depois disso elas retornaram e disseram para os discípulos aquilo que havia acontecido.

Qual era o seu propósito?
As mulheres vieram para o túmulo com especiarias. Isso é confirmado por dois evangelhos. Mateus omite as especiarias.

João apenas registra a unção de Jesus, com as especiarias de Nicodemos, antes de colocarem Jesus no túmulo. Ou as mulheres não sabiam que Ele havia sido ungido ou queriam ungi-lo novamente. De acordo com as Escrituras, elas tinham a esperança que alguém pudesse rolar a pedra para que elas pudessem ungi-lo.

O túmulo estava aberto quando as mulheres chegaram?
Lucas não registra todos os eventos que Mateus registra. Por exemplo, ele não registra a conversa com o anjo. No entanto, isso é apenas uma omissão. Nessa passagem, Mateus registra mais detalhes que Lucas.

Já que Mateus estava escrevendo essa história depois que já havia acontecido, Mateus 28:2-4 muito provavelmente aconteceu antes da chegada das mulheres. Ele simplesmente explicou alguns dos eventos que antecederam sua chegada.

Quem estava no túmulo quando elas chegaram? Onde esses mensageiros estavam situados?
João registra que Maria viu dois anjos (sem sexo mencionado) de branco, sentados no túmulo. Mateus registra uma conversa com um anjo diferente – um anjo masculino que estava sentado na pedra (for a do túmulo). Marcos registra um jovem sentado ao lado direito do túmulo. Lucas registra dois anjos masculinos dentro do túmulo.

Essas são todas histórias complementares. Nenhuma delas contradiz a outra. João e Lucas registram dois anjos masculinos dentro do túmulo. Marcos registra apenas um porque somente um falou. Mateus registra uma conversa com o anjo que estava do lado de fora do túmulo. Nada disso contradiz os outros relatos – somente se complementam.

O que o mensageiro(s) disse(ram)?
Esse é um ponto discutível. Já foi estabelecido que havia vários anjos. As conversas podem ser facilmente harmonizadas, portanto, para o propósito desse estudo, não importa o que foi dito.

As mulheres contaram o que aconteceu?
Marcos 16:10 e 13 claramente afirmam que essas mulheres contaram aos outros sobre a ressurreição de Jesus. Versículo 8 simplesmente indica a sua primeira reação. De qualquer forma, Marcos nos diz (dois versículos depois) que elas contaram para os discípulos.

Onde Jesus primeiro apareceu para os discípulos?
Nem Lucas 24, nem Marcos 16, nem João 20 ou Mateus 28 usam a palavra “primeiro". Portanto, é impossível discutir que algum deles afirmou que o seu registro da aparição de Jesus foi a primeira.

Existe uma enorme diferença entre um escrito bíblico omitir um evento em particular e o escritor bíblico afirmar que um evento em particular aconteceu antes que outro evento descrito por outro escritor bíblico.

Os discípulos acreditaram nos dois homens?
Alguns obviamente acreditaram e outros obviamente não. Não existe nenhuma passagem que diz que todos acreditaram ou que todos não acreditaram.

O que aconteceu na aparição?
Mateus, Marcos e Lucas concordam em relação à aparição. João omite a advertência. Uma omissão não é uma contradição ou mesmo um problema, especialmente porque estamos falando de um historiador diferente.

Jesus ficou na Terra por algum tempo?
O livro de Atos indica que Jesus ficou na terra por 40 dias depois da sua ressurreição. Isso não contradiz nenhum outro relato. Alguns do evangelhos mencionam alguns dias que ele ficou na terra. Nenhum deles diz que Ele ficou na Terra apenas um único dia. Na verdade, nenhum dos evangelho nem mesmo sugere isso.

Onde aconteceu a ascensão?
O Monte das Oliveiras é adjacente à Betânia. Portanto, não é um problema o fato de Lucas mencionar Betânia e Atos mencionar o Monte das Oliveiras. Eu já estive lá e mesmo hoje eles são muito próximos e podem muito bem ser considerados como a mesma área. Os evangelhos que omitem a ascensão não criam problema algum porque omissões são normais.

Quando Maria retornou do túmulo, ela sabia que Jesus tinha ressuscitado?
Mateus, Marcos e Lucas registram a conversa de Maria depois que ela percebeu que Jesus havia ressuscitado. João 20:2 é o momento onde ela viu o túmulo vazio, no escuro, fugiu e correu para Pedro. Em João 20:11, vemos que Maria retornou ao túmulo mais tarde e descobre que Jesus havia ressuscitado. Portanto, todos os relatos são verdadeiros e consistentes.

Quando Maria primeiro viu Jesus?
Maria viu Jesus depois que ela correu para Pedro e o outro discípulo, mas elas de retornar para o resto dos discípulos

Jesus podia ser tocado depois da ressurreição?
A pergunta não deveria ser “Jesus podia ser tocado depois da ressurreição?” A pergunta deveria ser “Quando Jesus permitiu que as pessoas O tocassem?” Em um momento, Ele disse para Maria para não tocá-lo. Em outro ponto, Ele disse para Tomé tocá-Lo. Em Mateus, os discípulos O adoraram e O tocaram pelos pés.

Não existe nenhuma declaração contraditória nos evangelhos. Eles são bem congruentes. Jesus obviamente não queria que Maria o tocasse, mas Ele permitiu que Tomé o tocasse e que os discípulos que o adoravam o tocassem.

Depois das mulheres, para quem Jesus apareceu primeiro?
Nenhum dos relatos bíblicos é mutualmente exclusivos quando especificam qual pessoa ou pessoal Jesus encontrou diretamente após as mulheres. Portanto, é impossível de dizer.

Posted on Sunday, April 24, 2011 by Maurilo e Vivian

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Saturday, April 23, 2011


Um dos assuntos mais recorrentes nos últimos anos em nosso blog tem sido a ressurreição de Cristo. É um dos assuntos mais fascinantes para nós, tanto pela sua importância para a fé cristã, quanto pela robustez das evidências em seu favor. A ressurreição de Cristo é a maior prova da veracidade da fé cristã. E o cristianismo, como uma fé histórica e evidencialista, fornece para todos aqueles que desejam realmente saber a verdade, uma prova mais do que sólida.
Temos vários artigos publicados sobre a ressurreição de Cristo. Abaixo segue uma lista. Aproveite esse final de semana de Páscoa e, entre os momentos de adoração ao Cordeiro que vive, aprenda um pouco mais sobre as evidências e como defender esse evento histórico.

Feliz Páscoa.

Maurilo e Vivian – Ministério Pés Descalços














Posted on Saturday, April 23, 2011 by Maurilo e Vivian

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Perguntas para refletir. Uma por dia.

Computadores podem pensar? Ou se apaixonar?

Por Critical Thinking

Posted on Saturday, April 23, 2011 by Maurilo e Vivian

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Friday, April 22, 2011


Perguntas para refletir. Uma por dia.

A mente é o mesmo que o cérebro ou nós temso alma?

Por Critical Thinking

Posted on Friday, April 22, 2011 by Maurilo e Vivian

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Wednesday, April 20, 2011


Um dia desses eu estava ouvindo um evangelismo em uma radio americana através do iTunes.
O evangelista estava fazendo um ótimo trabalho, falando sobre o cristianismo e a fé em Jesus Cristo. Tudo ia bem até o momento em quem o evangelizado pediu um tipo de prova que o cristianismo era verdadeiro. O evangelista ofereceu algumas evidências para a existência de Deus e disse que o evangelizado sabia no final das contas que essas coisas eram verdade, bastava ele olhar para a própria consciência. O rapaz não aceitou muito essa resposta e queria mais.
Eu acredito que o evangelista estava fazendo um ótimo trabalho, mesmo com a sua estratégia de apelar para a consciência. O próprio Deus colocou a consciência em todos nós como uma forma de sabermos que somos pecadores e que Ele existe. Mas eu usaria uma estratégia diferente. Quando alguem me pede uma prova que o cristianismo é verdadeiro, eu ofereço uma prova histórica, um acontecimento tão bem comprovado que mostra o quanto o cristianismo é verdadeiro. Na verdade, nossa fé se sustenta no verdade ou não desse evento. O próprio apostolo Paulo fala sobre a importância desse evento:

“E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé”.
1 Coríntios 15:14

Pois ai esta, a ressurreição de Cristo é a maior prova que o cristianismo é verdadeiro. Se a ressurreição aconteceu, então Jesus Cristo é quem ele disse ser. Se a ressurreição não aconteceu, ele não é quem disse ser e nossa fé é tola e patética.
Como evangelistas, podemos mais que prontamente apresentar a ressurreição como prova cabal da veracidade da nossa fé. Mas como? Ela não é somente aceita pela fé? Na verdade não.
Acreditar que a ressurreição aconteceu exige fé, tanto quando não acreditar que aconteceu exige fé de igual forma. A pessoa que nega a ressurreição acredita (tem fé) que outras explicações para os fatos ocorridos naquela páscoa são melhores do que as explicações do Novo Testamento. Ambos exigem fé.
O que podemos apresentar para as pessoas em nossos evangelismo são os fatos conforme aconteceram e qual é a melhor explicação para esses fatos. Até o momento, o único relato que explica todos os fatos é a ressurreição corpórea de Cristo.
E quais são esses fatos? Temos muitos textos em nosso blog que mostram a veracidade histórica da ressurreição. Veja por exemplo o post Como todo o cristão pode aprender a explicar a ressurreição de Jesus para os outros onde você pode aprender bastante sobre isso. Mas para você já ir se acostumando com alguns deles, veja lista abaixo:

Jesus morreu e foi colocado em um túmulo conhecido.
O túmulo foi encontrado vazio três dias depois.
Jesus apareceu primeiro para mulheres. O testemunho de uma mulher naquela época valia menos da metade do testemunho de um homem.
Os discípulos, que antes eram covardes e fugiram, mudaram totalmente e estavam dispostos morrer pelo Jesus ressurreto.
A conversão de dois incrédulos do cristianismo após terem visto Jesus ressurreto (Paulo e Tiago).
O relato da ressurreição é bem recente no cristianismo e pode ser encontrado em menos de 5 anos do evento.

Estude bem esses pontos e aprenda como eles se relacionam. Da próxima vez que alguem te pedir uma prova que o cristianismo é verdadeiro, você poderá apresentar a ressurreição de Cristo como uma grande evidencia a favor da nossa fé. Você também vai conseguir um olhar assustado do outro lado, mas deixe que a informação seja digerida pela pessoa. Não é todo dia que somos confrontados com algo tao poderoso assim.

Posted on Wednesday, April 20, 2011 by Maurilo e Vivian

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