Thursday, September 30, 2010


Essa semana resolvi me envolver um pouco mais nos debates das comunidades cristãs do Orkut. Achei que era hora de testar algumas das coisas que temos aprendido, compartilhar idéias e aprender. Achei que seria uma experiência legal e enriquecedora e seria interessante por ser em um ambiente cristão. Me enganei totalmente.
Entrei em algumas comunidades, vi alguns tópicos que achei interessantes e postei meus comentários e idéias. Voltei à noite para ver as respostas. E que respostas!
Fiquei surpreso com a agressividade daqueles que discordavam dos meus pontos. Eu não me incomodo com alguém discordar de mim, mas sempre me incomodou quando alguém faz ataques ad hominem e não abordam diretamente o assunto discutido. E o pior, praticamente todos se consideravam cristãos! Mas pelo palavreado, dificilmente poderiam ser considerados assim. Eu quase senti falta das minhas discussões com o Darius. Pelo menos ele é mais consistente e um pouco mais respeitoso.
O que também me assustou foi o pouco conhecimento de teologia e de Bíblia das pessoas ali. Muitas simplesmente não conheciam o que a Bíblia diz e faziam afirmações teológicas totalmente sem sentido. Parecia um grande buffet de idéias desconexas que pouco lembrariam o cristianismo clássico. Fiquei assustado.
Além de uns loucos, como um que fez uma ginástica com letras para provar que o nome Jesus é do diabo, que deveríamos chamar Jesus pelo nome dele original em hebraico. E que o nome Jesus era uma variação de Zeus. Detalhe, tudo isso e muito mais foi revelado a ele diretamente por Deus e que se eu quisesse saber mais, deveria comprar a apostila.
Enfim, essa foi minha primeira experiência em comunidades cristãs (???) no Orkut, mesmo depois de muitos anos como membro.
Mas não vou desistir. Tenho certeza que existe algo ali importante para compartilhar idéias e também aprender. Nem todos ali são agressivos ou incapazes de sustentar um pensamento teológico coerente. Vou continuar enquanto der.
Mas que foi uma surpresa, isso foi.

Posted on Thursday, September 30, 2010 by Maurilo e Vivian

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A Fé Impossível por James Patrick Holding

(Áudio em MP3 aqui em breve)

Sem dúvida, você vai ler aqui uma série de argumentos que o Cristianismo é verdadeiro, porque Jesus ressuscitou dos mortos, historicamente. Concordo com esses sentimentos, e também conheço muitas das respostas críticas padrões (por exemplo, "o corpo de Jesus foi roubado", "os apóstolos alucinaram", "pessoas de fora fraudaram a ressurreição") e as respostas para elas.

Mas aqui eu quero oferecer a minha perspectiva única sobre por que o cristianismo é verdade: Eu acredito que o mundo social do primeiro século foi, conforme um grande número de registros, ideologicamente em oposição ao cristianismo. As resposta às afirmações cristãs teriam sido tão esmagadoramente negativas que a única maneira de alguém de fora do núcleo original dedicado dos seguidores de Jesus ter se tornado cristão teria sido se eles tivessem sido capazes de apresentar evidências suficientes para convencer os outros de que a ressurreição realmente aconteceu. Que tipo de evidências? Eu poderia discutir isso em mais palavras, mas já que meu espaço é limitado, só vou registrar brevemente alguns exemplos: O túmulo vazio, os milagres operados por Jesus e os Apóstolos, os milagres da natureza no momento da crucificação, o testemunho daqueles que guardavam o túmulo, o testemunho inabalável sob pressão daqueles que viram Jesus vivo após a morte.

Nosso assunto principal no entanto é: Por que eles precisavam deste testemunho seguro para que as pessoas acreditassem?

O mundo social da Bíblia era muito diferente da nossa. Valores que são praticamente desconhecidos ou pouco importantes na América eram considerados muito importantes no mundo bíblico (e também em boa parte do resto do mundo, até hoje). O principal desses valores era a honra pessoal, ou dito de outra forma, a sua reputação com os outros. Uma razão pela qual os cristãos precisavam de um testemunho seguro da ressurreição de Jesus para convencer as pessoas é que Jesus foi crucificado. Hoje olhamos para uma imagem de Jesus na cruz e sentimos pena dele, mas no mundo bíblico, as pessoas teriam olhado para Jesus com desprezo. Ser crucificado danificava sua honra pessoal, da forma mais completa e brutal que se possa imaginar. Críticos pagãos do Cristianismo disseram que se Jesus fosse realmente divino, ele nunca se permitiria ser crucificado. Assim, os cristãos teriam a necessidade de convencer os outros de que Jesus ressuscitou e que a mancha de desonra causada pela crucificação havia sido invertida.

Outro valor importante é descendência de uma pessoa. Pessoas do mundo bíblico julgavam os outros com base de onde eles eram. Neste sentido, Jesus teve três ataques contra ele: Ele era judeu (e naquele tempo, o anti-semitismo era muito prevalente), ele era da Galiléia (que era um lugar associado a rebelião), e ele era de Nazaré (uma cidade muito pequena – e sendo de uma pequena cidade significava que você tinha muito pouca honra pessoal). Por esta razão, seria impossível convencer alguém de que Jesus tinha sido honrado por Deus por ter ressuscitado, a menos que você tivesse evidências suficientes de que ele tinha sido.

No entanto, um outro fator: o processo de ressurreição. Afirmar que Jesus fisicamente ressuscitou dos mortos teria sido contrário a tudo o que se acreditava sobre a ressurreição. Os judeus acreditavam que ninguém iria ser ressuscitado até o fim dos tempos atuais – e então, seriam todos ressuscitados, não apenas uma pessoa. Os pagãos não acreditavam que a ressurreição era possível - e mesmo se tivesse sido, teria sido considerado como algo indesejável, permitir-se ser aprisionado num corpo miserável.

Há muitos outros exemplos que eu poderia dar: o uso de mulheres como testemunhas do túmulo vazio, o fato de que o Cristianismo era uma religião "nova"; a intolerância cristã a outras religiões, por um lado, e o desdém cristão para o sistema de classes em sua sociedade por outro, a natureza ofensiva de muitos dos ensinamentos de Jesus – havia tantos que os povos antigos teriam achado o cristianismo tão ofensivo que qualquer coisa de bom do cristianismo teria sido substancialmente substituído por gritos de protesto. Você pode ver uma descrição mais completa aqui (em inglês).

Para finalizar, devo lembrar que sim, existem críticas para esses argumentos – um ateu até pagou outro ateu mais de cinco mil dólares por uma refutação a elas! Mas sim - eu as respondi todas. Eu também tenho aplicado o mesmo testes em outras religiões - islamismo, mormonismo, e a antiga religião do Mitraísmo - e nenhuma delas passou no teste, nem mesmo uma vez.

A defesa em resumo: O fato da ressurreição é a única explicação adequadamente histórica pela qual o cristianismo ganhou mesmo que um único novo convertido para além do círculo original dos discípulos de Jesus.

Veja também o livro The Impossible Faith (A Fé Impossível) de J. P. Holding

Posted on Thursday, September 30, 2010 by Maurilo e Vivian

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Mencionei há duas semanas que eu iria compartilhar o meu testemunho de 200 palavras da ressurreição (na verdade é um pouco mais curto). Eu uso isso constantemente. Muitas vezes, alguém vem me perguntar o que é apologética (o que acontece muito). E aqui vai minha resposta:

Em apologética, nós fornecemos os argumentos e provas da verdade do cristianismo histórico. Por exemplo, considere a ressurreição de Jesus. Sabemos que os discípulos de Jesus caminharam com Jesus, falaram com Jesus, e comeram com Jesus, eles sabiam quem Jesus era. Eles estavam com Jesus quando ele foi preso e, depois, dispersados. Os romanos então, açoitaram Jesus, furaram seus pulsos e pés para pregá-lo na cruz, e enfiaram uma lança em seu lado para ter certeza que ele estava morto. Então eles enterraram Jesus.
Mas três dias mais tarde, o túmulo de Jesus foi encontrado vazio e os discípulos começaram a testemunhar que andaram novamente com Jesus, falaram com Jesus, e comeram com Jesus. E o que é realmente surpreendente é que muitos testemunharam a sua ressurreição até mesmo sob tortura e morte. Sabemos fora da Bíblia que Nero decapitou o apóstolo Paulo e sabemos pelo historiador judeu Flávio Josefo que o Sinédrio apedrejou até a morte o irmão de Jesus, Tiago, que havia se tornado um líder da igreja cristã.
Então aqui vai minha pergunta: se Jesus não ressuscitou dos mortos, então porque é que os primeiros discípulos morreram por aquilo eles sabiam que era mentira?

Esse é o meu testemunho de 200 palavras. A resposta mais comum é: "Sim, mas as pessoas morrem por mentiras o tempo todo." E eu digo: "Isso é verdade. Pessoas morrem por coisas que acham que são verdadeiras mas que acabam por ser uma mentira. Mas, como acabei de mencionar, os primeiros discípulos estavam testemunhando que viram Jesus ressuscitado dentre os mortos, o que, se eles não viram Jesus vivo, significa que eles estavam morrendo por aquilo que eles sabiam que era mentira. A propósito, mesmo o ateu Michael Martin, em The Case Against Christianity (O caso contra o Cristianismo), concorda que "é certo que a ressurreição foi proclamada pelos primeiros cristãos.”[1]

Então, novamente, se Jesus não ressuscitou dos mortos, então porque é que os primeiros discípulos morreram por aquilo que eles sabiam que era mentira?

1 Coríntios 15:14-15: "E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não são ressuscitados."

Amem.

Michael Martin, The Case Against Christianity (Philadelphia: Temple University, 1991), 90.

Posted on Thursday, September 30, 2010 by Maurilo e Vivian

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Tuesday, September 28, 2010

Posted on Tuesday, September 28, 2010 by Maurilo e Vivian

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O evento histórico da ressurreição de Amy Hall

(Áudio MP3 em breve aqui)

Quando eu digo que o Cristianismo é verdadeiro, não estou apenas dizendo que é importante para mim pessoalmente. Eu estou dizendo que ele representa precisamente a verdade sobre a realidade. E não há nada mais importante para o cristianismo do que a idéia de que Jesus morreu na cruz, retirando a culpa que nos separava de nosso Deus perfeito, tomando o castigo que nós merecíamos para Si mesmo, e ressuscitou, restaurando-nos para um relacionamento alegre com Deus, que é o próprio padrão de bondade, verdade e beleza.

Sem ressurreição, sem cristianismo.

E onde tudo isso deixa aquele que busca a verdade? Felizmente, apesar dos milagres terem uma causa sobrenatural, a evidência do efeito está disponível para o nosso escrutínio assim como a evidência para qualquer evento marcante na história está disponível para nós, e por isso oferecemos este breve esboço de um argumento:

1. Os discípulos e os primeiros cristãos acreditavam em uma ressurreição física real, de acordo com as evidências históricas do primeiro século.
(Note que neste momento, eu estou apenas defendendo o que os discípulos acreditavam, não se essa crença é verdadeira ou não) Considere o que Paulo escreveu em 1 Coríntios 15:14 (sua autoria do primeiro século geralmente não é contestada): "Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é inútil e também é a vossa fé." O contexto desta passagem, juntamente com o conceito judaico da ressurreição, ambos suportam a idéia de que Paulo estava se referindo a uma ressurreição corporal, e não apenas uma "espiritual".

Assim, os cristãos consideraram a ressurreição como sendo um evento real, corporal, que foi fundamental para sua fé. De fato, como Paulo afirma, sem a ressurreição não há fé.

2. A ressurreição foi central para a doutrina cristã desde o início e não foi uma adição posterior.
Há um credo pré-bíblico registrado em 1 Coríntios 15:3-6: "Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras; que apareceu a Cefas, e depois aos doze; depois apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte..."

A frase técnica "Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi", juntamente com as frases "que ... que foi ... que foi" indicam, de acordo com as convenções da época, que Paulo está recitando um credo, e isso não é a sua escrita original. Este credo coloca a expiação e a ressurreição no centro da fé cristã e não é material paulino. Na verdade, ela pode ser rastreada até para alguns anos após Jesus - provavelmente para o ministério de Pedro e Tiago, que são mencionados especificamente no credo (Tiago é mencionado no v. 7).

Se a crucificação aconteceu no ano 30 d. C., a conversão de Paulo aconteceu em cerca de 33-35 d. C. Três anos mais tarde (36-38), ele foi para Jerusalém e se encontrou com Pedro e Tiago (ver Gálatas 1:18-19), então é provável que, quando eles discutiram o evangelho então, essa crença foi passada para Paulo. (O fato de que Pedro e Tiago serem mencionados especificamente no credo indicam que este veio provavelmente de sua área.) Uma vez que o credo já estava formulado, quando foi dado a Paulo, isto significa que remonta a antes de 36-38 d. C. E, claro, as crenças que inspiraram o credo predatam antes do próprio credo. Novamente, essas datas são aceitas pelos críticos e cristãos. Alguns datam o credo ainda mais cedo.

3. Os discípulos experimentaram alguma coisa.
Você deve concordar que os discípulos experimentaram alguma coisa. O que quer que essa coisa seja, mudou-os de um grupo de pessoas que abandonaram Jesus e começaram a se dispersar depois da sua morte, para ousados anunciadores da Sua ressurreição.

O que aconteceu para mudar suas mentes? Alegaram que tinham visto Jesus ressuscitado. Eles estavam tentando perpetrar uma farsa? Isto é extremamente improvável, pois ninguém iria passar por tortura e morte (como a maioria deles passou) para algo que eles sabiam ser uma mentira. Então, os discípulos estavam convencidos. Eles foram enganados por alguém ou alguma coisa? Ou será que Jesus realmente ressuscitou dos mortos?

4. As explicações naturalistas falham.
Diferentes explicações naturalistas têm sido oferecidas para explicar a experiência dos discípulos. Essas explicações ou foram desmascarada ou não explicam as evidências adequadamente, como faz a ressurreição. Por exemplo:

"Jesus falsificou sua morte (ou desmaiou), e realmente não morreu na cruz." Esta teoria é impossível, já que se um homem estivesse apenas fingindo estar morto na cruz, ele teria de parar de puxar para cima e para baixo a fim de respirar. No entanto, assim que ele fizesse isso, ele seria, naturalmente, incapaz de respirar e estaria morto de qualquer maneira.

"Os discípulos [ou algum outro partido] roubaram o corpo." Voltamos agora à idéia de que os discípulos acreditavam sinceramente que a ressurreição era verdade. Portanto, é altamente improvável que eles roubaram o corpo. Além disso, caso alguma outra pessoa tivesse roubado o corpo (os judeus ou os romanos), eles (os ladrões do corpo) poderia facilmente ter apresentado o corpo e acabado com os tumultos resultante do nascimento da Igreja. Esta igreja teve seu início em Jerusalém, onde os críticos tinha uma razão para detê-la e os meios pelos quais fazê-lo se algum corpo ainda existia. Eles não apresentaram um corpo, e a igreja continuou a crescer.

As outras explicações rivais naturalistas da mesma forma não dão conta suficientemente para os dados históricos disponíveis. Em vez disso, o peso das provas encontra-se com a ressurreição, e as pessoas racionais devem sempre ficar ao lado do peso das provas - mesmo que não gostem o que encontrarem lá. Como Sherlock Holmes disse: "Quando você tiver eliminado o impossível, aquilo que permanece, ainda que improvável, deve ser a verdade."

(Para mais informações, consulte o trabalho de Gary Habermas ou este livro por um judeu ortodoxo que, embora tenha uma idéia diferente sobre o significado da ressurreição, está convencido pelas evidências de que historicamente a ressurreição realmente aconteceu.)

Posted on Tuesday, September 28, 2010 by Maurilo e Vivian

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Monday, September 27, 2010


Estou lendo On Guard, de William Lane Craig. Comentando sobre a importância da apologética para encararmos o mundo secular, o autor expressou o seguinte:

Se a inclinação da América para o secularismo continuar, então o que nos espera amanhã já é hoje evidente na Europa. A Europa Ocidental se tornou tão secularizada que é difícil para o evangelho, mesmo para obter um processo equitativo. Como resultado, os missionários têm trabalho durante anos para ganhar um punhado de convertidos. Tendo vivido 13 anos na Europa, em quatro países diferentes, posso testemunhar pessoalmente quão difícil é para as pessoas responderem à mensagem de Cristo. Falando em campi universitários em toda a Europa, eu percebi que a reação dos alunos era muitas vezes confusa. O cristianismo é supostamente para mulheres idosas e crianças, eles pensam. Então, o que esse homem com dois doutorados provenientes de universidades europeias está fazendo aqui defendendo a verdade da fé cristã com argumentos que não podemos responder? Certa vez, quando eu estava falando em uma universidade na Suécia, um aluno me perguntou durante uma sessão de perguntas e respostas após minha palestra: "O que você está fazendo aqui?" Confuso, eu disse: "Bem, eu fui convidado pelo Departamento de Estudos Religiosos para dar esta palestra." "Não é isso o que eu quero dizer", insistiu. "Você não entende como isso é incomum? Eu quero saber o que o motiva a vir pessoalmente aqui e fazer isso." Eu suspeito que ele nunca tinha visto um filósofo cristão antes – de fato, um proeminente filósofo sueco disse-me que não há filósofos cristãos em qualquer universidade na Suécia. A pergunta do aluno me deu a oportunidade de compartilhar a história de como vim a Cristo. O ceticismo nos campi universitários europeus é tão grande que quando falei sobre a existência de Deus na Universidade do Porto, em Portugal, os alunos (como eu descobri mais tarde), na verdade, telefonaram para o Instituto Superior de Filosofia da Universidade de Louvain, na Bélgica, onde eu era filiado, para descobrir se eu era um impostor! Eles pensaram que eu era uma farsa! Eu simplesmente não me encaixava em seu estereótipo de cristão.

Fiquei pensando sobre quanto preconceito existe em relação ao cristianismo. Isso pode ser visto na forma zombeteira que alguns comentários são postados por ateus, aqui e em outros blogs. Parece inaceitável que o cristianismo seja racional. Isso é impossível para eles. Na verdade, eles criaram um novo antônimo para a palavra razão: fé. Especialmente, fé cristã. Um antônimo duplo. O preconceito é muitas vezes a base e o único argumento por eles defendido.
Mas também me leva a pensar o quanto isso não é nossa culpa também. Nós abandonamos a batalha. Nós abrimos mão do pensamento. Nós baixamos nossas armas (como está no post anterior) e abrimos caminho para o naturalismo filosófico, que dá forças ao cientificismo e assim o mundo foi envenenado por essa filosofia de bar da esquina. Ou seja, ruim.
Nós trabalhamos pela propagação e pela defesa da fé cristã, mas devo dizer que aqueles que deveriam estar dentro da fé tornam o trabalho às vezes mais difícil do que os que estão no campo inimigo.
Temos muito trabalho pela frente...

Posted on Monday, September 27, 2010 by Maurilo e Vivian

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"Se todo o mundo fosse cristão, talvez não importaria se fossemos não educados. mas sendo as coisas como são, uma vida cultural vai existir fora da igreja, existindo dentro dela ou não.
Ser ignorante e simples agora - não ser capaz de encontrar com o inimigo em seu próprio terreno, seria como baixar nossas armas e trair nossos irmãos menos informados, que não tem, abaixo de Deus, nenhuma defesa alem de nós contra os ataques intelectuais dos pagãos.
A boa filosofia deve existir, se não por outra razão, porque a filosofia ruim deve ser respondida".

C. S. Lewis

Posted on Monday, September 27, 2010 by Maurilo e Vivian

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Um vídeo evangelístico da igreja que visitamos hoje à noite.
O vídeo juntou algumas coisas legais, como o evangecube, Amazing Grace de fundo e gaitas-de-fole. Além de uma boa apresentação do evangelho. Gostei.

Posted on Monday, September 27, 2010 by Maurilo e Vivian

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Sunday, September 26, 2010


Gostamos muito do canal Fox Life. Tem alguns programinhas bem legais. Às terças e quintas, gostamos de assistir Man Vs Food. O apresentador viaja pelos Estados Unidos visitando restaurantes com comidas deliciosas (e gordurosas) e também enfrenta desafios de comida, como por exemplo comer sozinho mais de dois quilos de carne em menos de um hora e coisas do tipo. Muito bom esse programa. Muito bom esse emprego. Desde, é claro, ele venha com um bom plano de saúde.
Mas enfim, esse post não é sobre o Man Vs Food (mas bem que poderia ser...), mas sim sobre o programa que vem a seguir, o do Dr. Oz. O apresentador é um conhecido médico americano, que fez fama no programa da Oprah (credo) e agora tem o seu próprio show.
Em um dos quadros, o Dr. Oz traz um convidado que está fora de forma e faz uma análise completa da situação da saúde dessa pessoa. Todo tipo de análise clínica é apresentada, uma a uma, associada ao que cada dado alterado pode fazer no longo e no curto prazo na vida do convidado. O paciente, que começa o quadro sorrindo, vai perdendo o sorriso e a cor a cada nova informação. A pessoa fica nitidamente pensando que vai morrer a qualquer minuto. O desespero se estabelece no rosto do paciente. E é nesse ponto que o Dr. Oz quer que seu paciente chegue.
Nesse momento, após convencer totalmente o doente da gravidade da doença, o Dr. Oz apresenta a cura. E muitas vezes ela não é agradável. Em um programa, o convidado era um caubói apaixonado por carne. Mas por causa de seu coração, precisaria trocar totalmente sua dieta para uma vegan, estritamente vegetariana. O caubói, quase aos prantos, cedeu imediatamente a nova dieta. Isso me levou a pensar na forma como fazemos evangelismo.
Quando vamos evangelizar, seja no dia a dia, seja em um trabalho específico, temos o costume de usar um principio bíblico muito simples: graça para o humilde, lei para o arrogante (Tiago 4:6). O que isso quer dizer?
Para que a pessoa perceba que ela precisa de um Salvador, é necessário primeiro que ela entenda que ela precisa de salvação. Ela precisa entender que está em perigo. Aí, ela vai apreciar muito mais a obra de Jesus Cristo na cruz, porque ela vai saber bem porque Ele é o Salvador. Nada a ver com essas bobagens que as igrejas estão pregando sobre melhoria de vida, sobre prosperidade, sobre “Ano de Pedro”, “Ano de Ester”, eu não sei qual ano eles estão. Mas como todos os outros anos, é ano de encher a carteira assim como encher o inferno. Divaguei.
Enfim, voltando, primeiro mostramos para a pessoa quão pecaminosa ela é (quão doente ela está) antes de apresentarmos a salvação (a cura). Por isso a abordagem do Dr. Oz me pareceu tão interessante.
Em nosso Curso de evangelismo, temos até três slide que falam exatamente isso:
Todo bom médico sabe que... / Primeiro a necessidade... / ...depois a cura.
Para aqueles que não estão muito convencidos de tão abordagem (e são muitos, infelizmente. Anos de evangelicalismo cauterizou a mente de muitos para as verdades sobre o evangelismo), você pode ver muito bem Jesus fazendo isso com a mulher no poço (João 4) e também com o jovem rico (Marcos 10:17-22). Paulo fez isso com Félix, por isso ele ficou com medo (Atos 24:25). O próprio apóstolo Paulo nos diz que o conhecimento do pecado vem com a Lei (Romanos 7:7).
A. B. Earl descreve muito bem esse posicionamento bíblico quando diz:
“Descobri através de extensa experiência que as mais sérias ameaças da Lei de Deus têm um papel importantíssimo na condução das pessoas a Cristo. Elas precisam se ver perdidas antes de clamar por misericórdia; elas não fugirão do perigo até que o enxerguem.”
E temos visto isso também na prática.
É interessante como certos princípios bíblicos são tão consistentes que podem ser bem usados em outros cenários do que o religioso.
Abaixo postamos o áudio de um evangelismo que fizemos algum tempo atrás e também um vídeo da Vivian evangelizando usando esses princípios bíblicos.



Posted on Sunday, September 26, 2010 by Maurilo e Vivian

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Os fatos da Ressurreição por Aaron Brake

(Áudio MP3 aqui em breve)

"A evidência para a ressurreição é melhor do que as alegações de milagres em qualquer outra religião. É extraordinariamente diferente em qualidade e quantidade."- Antony Flew

A verdade do cristianismo se sustenta ou cai pela ressurreição corporal de Jesus Cristo. Como o próprio Paulo disse: "Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é inútil e também é a vossa fé."1 Aqui o Apóstolo estabelece um critério objetivo pelo qual podemos julgar a legitimidade da cosmovisão cristã. Mostre que Cristo não ressuscitou dentre os mortos e você terá com sucesso comprovado que o cristianismo é falso. Conseqüentemente, é inteiramente apropriado que uma defesa positiva para "Por que o Cristianismo é verdadeiro" concentre-se na afirmação de verdade mais central da fé cristã: a Ressurreição.

A abordagem do Fatos Mínimos
A abordagem que eu vou seguir neste ensaio é comumente conhecida como "abordagem de fatos mínimos." Este método "considera apenas os dados que são tão fortemente comprovados historicamente e que são atestados por quase todos os eruditos que estudam o assunto, mesmo entre os mais céticos."2 É digno de nota que esta abordagem não advoga a inerrância ou inspiração divina de qualquer documento do Novo Testamento. Pelo contrário, apenas reconhece esses escritos como documentos históricos escritos durante o primeiro século a. C.3 Embora até 12 fatos mínimos rodeiam a morte e a ressurreição de Cristo podem ser examinados,4 a brevidade deste ensaio limita a nossa análise a três: a crucificação, o túmulo vazio,5 e as aparições pós-ressurreição. Eu defendo que a melhor explicação para esses fatos mínimos é que Jesus foi ressuscitado dentre os mortos.

Fato 1 - A Crucificação de Jesus
Talvez nenhum outro fato que cerque a vida do Jesus histórico é melhor atestado do que sua morte por crucificação. Não somente a história da crucificação está incluída em cada narrativa dos evangelhos6 mas também é confirmada por várias fontes não-cristãs. Algumas delas incluem o historiador judeu Flávio Josefo, o historiador romano Tácito, o satírico grego Luciano de Samósata, bem como a Talmud judaica.7 Josefo nos diz que "Pilatos, por sugestão dos principais homens entre nós ... o condenou ao cruz ..."8 Do ponto de vista da historiografia, a crucificação de Jesus satisfaz os critérios históricos de fontes de testemunhas múltiplas, independentes e antigas, incluindo comprovação inimiga. John Dominic Crossan, crítico erudito não-cristão e co-fundador do Jesus Seminar, coloca desta forma: "Que ele foi crucificado é tão certo quanto qualquer outra questão histórica jamais poderá ser"9.

Fato 2 - O Túmulo Vazio
Alguma coisa aconteceu com o corpo de Jesus. Disto nós podemos ter certeza. Não só Jesus foi executado publicamente em Jerusalém, mas "suas aparições post-mortem e o túmulo vazio foram pela primeira vez publicamente proclamados ali."10 Isso teria sido impossível com um cadáver em decomposição ainda no túmulo. "Teria sido inteiramente não-judaico", observa William Lane Craig, "para não dizer tolo, acreditar que um homem foi ressuscitado dentre os mortos quando o seu corpo ainda estivesse no túmulo."11 As autoridades judaicas tinham muita motivação para apresentar um corpo e silenciar esses homens que "viraram o mundo de cabeça para baixo"12, efetivamente terminando com a religião cristã de uma vez por todas. Mas ninguém o fez. A única teoria inicial oposta registrada pelos inimigos do cristianismo é que os discípulos roubaram o corpo.13 Ironicamente, isso pressupõe o túmulo vazio.

Além disso, todas as quatro narrativas evangélicas atestam um túmulo vazio e colocam mulheres como as principais testemunhas.14 É difícil imaginar que isso seja uma invenção da igreja primitiva, considerando a baixo estatura social das mulheres em ambas as culturas, judaica e romana e sua incapacidade em depor como testemunhas jurídicas.15 Tal como acontece com a crucificação, a narrativa do túmulo vazio preenche os critérios históricos de fontes de testemunhas múltiplas, independentes e antigas, incluindo comprovação inimiga implícita, bem como o princípio do embaraço. O historiador ateu Michael Grant admite que "... o historiador não pode justificadamente negar o túmulo vazio", uma vez que os critérios históricos aplicados mostram "que a evidência é firme e plausível o suficiente para exigir a conclusão de que o túmulo foi na verdade encontrado vazio"16.

Fato 3 - O aparições pós-ressurreição
Em 1 Coríntios 15:3-8 Paulo relata o que os estudiosos bíblicos reconhecem como um antigo credo cristão datado dentro de poucos anos após a crucificação. Incluído neste credo estão os nossos três fatos mínimos: a morte de Jesus, o túmulo vazio, e as aparições pós-ressurreição. O ateu estudioso do Novo Testamento Gerd Lüdemann afirma "os elementos da tradição devem ser datados para os primeiros dois anos após a crucificação de Jesus ... no mais tardar três anos ... a formação das tradições das aparições mencionadas em 1 Coríntios 15:3-8 se situam no tempo entre 30 e 33 d. C.17 As datas antigas para esse credo excluem a possibilidade de mito ou desenvolvimento de uma lenda como uma explicação plausível e demonstra que os discípulos começaram a proclamar a morte de Jesus, a ressurreição e as aparições pós-ressurreição muito cedo.

Além disso, os discípulos acreditavam sinceramente que a ressurreição ocorreu como demonstrado pela transformação em suas vidas. Onze fontes antigas testemunham a vontade dos discípulos originais em sofrer e morrer por sua crença na ressurreição.18 Muitas pessoas vão morrer por aquilo que acreditam ser verdade, mas ninguém de bom grado sofre e morre por aquilo que sabe ser falso. Mentirosos são péssimos mártires. Novamente Lüdemann reconhece, "pode ser tomado como historicamente certo que Pedro e os discípulos tiveram experiências depois da morte de Jesus na qual Jesus apareceu-lhes como o Cristo ressuscitado."19 Apelar para alucinações como explicação, simplesmente não vai funcionar. As alucinações são experiências particulares que exigem um estado mental apropriado. Elas não podem explicar fatos como o túmulo vazio, as conversões de céticos como Paulo e Tiago, nem as múltiplas e variadas aparições da ressurreição.20 Tal como acontece com a crucificação e o túmulo vazio, as aparições pós-ressurreição satisfazem os critérios históricos de fontes de testemunhas múltiplas, independentes e antigas.

Conclusão
Como sabemos que o cristianismo é verdadeiro? Porque Jesus ressuscitou e "Deus não teria levantado um herege."21 A ressurreição de Jesus se encaixa no contexto de sua vida, justificando os Seus ensinamentos e a reivindicação radical de que era o divino Filho único de Deus. Explicações naturalistas tais como o desenvolvimento lendário, fraude ou alucinações não conseguem dar conta de todos os dados pertinentes. Por outro lado, a hipótese da ressurreição dá conta de todos os fatos conhecidos, tem maior alcance e poder explicativo, é mais plausível e menos ad hoc.22 Só se alguém for orientado por um compromisso prévio com o naturalismo filosófico a conclusão: "Deus ressuscitou Jesus dos mortos" parece injustificada.

1 1 Coríntios. 15:14. Todas as citações bíblicas são da NVI, salvo indicação em contrário.
2 Gary R. Habermas e Licona R. Michael, The Case for the Resurrection of Jesus (Em defesa da ressurreição de Jesus) (Grand Rapids: Kregel, 2004), 44.
3 Para mais informações sobre a confiabilidade histórica do Novo Testamento veja Craig Blomberg, The Historical Reliability of the Gospels (A confiabilidade histórica dos Evangelhos), 2ª ed. (Downers Grove: IVP Acadêmica, 2007), e F.F. Bruce, The New Testament Documents: Are They Reliable? (Os documentos do Novo Testamento: eles são confiáveis?), 6ª ed. (Grand Rapids: Eerdmans, 1981).
4 Ver Gary Habermas, The Historical Jesus: Ancient Evidence for The Life of Christ (O Jesus Histórico: Evidências antigas para a vida de Cristo), Rev. ed. (Joplin: College Press, 1996), 158-167.
5 Habermas e Licona afirmam "cerca de 75 por cento dos estudiosos sobre o assunto aceitam o túmulo vazio como um fato histórico" (The Case for the Resurrection of Jesus, 70).
6 Cf. Mateus 27:35, Marcos 15:24, Lucas 23:33 e João 19:18.
7 Flávio Josefo "Antiguidades do Judeus” 18.3.3; Anais de Tácito 15:44 , Luciano de Samósata A Morte do Peregrino 11-13; Talmud Sanedrim 43.
8 Flávio Josefo, The New Complete Works of Josephus (A Nova Obras Complestas de Josefo), Rev. ed., Trans. William Whiston (Grand Rapids: Kregel, 1999), 590.
9 John Dominic Crossan, Jesus: A Revolutionary Biography (Jesus: Uma Biografia Revolucionária) (San Francisco: HarperOne, 2009), 163.
10 Habermas e Licona, The Case for the Resurrection of Jesus (Em defesa da ressurreição de Jesus), 70. Veja também Atos 15:44 2 e Anais de Tácito.
11 William Lane Craig, Reasonable Faith: Christian Truth and Apologetics (Fé Racional: Verdade e apologética cristã), 3 ª ed. (Wheaton: Crossway, 2008), 361.
12 Atos NKJV, 17:06.
13 Veja Mat. 28:12-13; Justino Mártir Trifon 108, Tertuliano De spectaculis 30.
14 Veja Mat. 28:1, Marcos 16:01, Lucas 24:10 e João 20:01.
15 Craig, Reasonable Faith (Fé Racional), 367.
16 Michael Grant, Jesus: An Historian’s Review of the Gospels
(Jesus: Uma Revisão dos Evangelhos por Historiador) (New York: Scribners, 1976), 176.
17 Gerd Lüdemann, The Resurrection of Jesus: History, Theology, Experience (A Ressurreição de Jesus: Experiência, História, Teologia), tranduzido por John Bowden (Minneapolis: Fortress, 1994), 38.
18 Lucas, Paulo, Flávio Josefo, Clemente de Roma, Clemente de Alexandria, Policarpo, Inácio, Dionísio de Corinto, Orígenes, Tertuliano, Hegesipo. Veja Habermas e Licona, The Case for the Resurrection of Jesus (Em defesa da ressurreição de Jesus), 56-62.
19 Gerd Lüdemann, What Really Happened to Jesus?: A Historical Approach to the Resurrection (O que realmente aconteceu com Jesus:? Uma Abordagem Histórica da Ressurreição), traduzido por John Bowden (Louisville: Westminster John Knox, 1995), 80. Lüdemann apela para as alucinações como uma explicação.
20 Veja The Case for the Resurrection of Jesus (Em defesa da ressurreição de Jesus), 104-119 e Reasonable Faith (Fé Racional), 384-387, para saber mais sobre a teoria da alucinação.
21 Habermas e Licona, The Case for the Resurrection of Jesus (Em defesa da ressurreição de Jesus), 184.
22 Craig, Reasonable Faith (Fé Racional), 397-399.

OBRAS CITADAS
1. Craig, William Lane. Reasonable Faith: Christian Truth and Apologetics (Fé Racional: Verdade e apologética cristã). 3rd ed. Wheaton: Crossway, 2008.
2. Crossan, John Dominic. A Revolutionary Biography (Jesus: Uma Biografia Revolucionária). San Francisco: HarperOne, 2009.
3. Grant, Michael. Jesus: An Historian’s Review of the Gospels (Jesus: Uma Revisão dos Evangelhos por Historiador). New York: Scribners, 1976.
4. Habermas, Gary R. and Michael R. Licona. The Case for the Resurrection of Jesus (Em defesa da ressurreição de Jesus). Grand Rapids: Kregel, 2004.
5. Josephus, Flavius. The New Complete Works of Josephus (A Nova Obras Complestas de Josefo)s. Rev. ed. Translated by William Whiston. Commentary by Paul L. Maier. Grand Rapids: Kregel, 1999.
6. Lüdemann, Gerd. The Resurrection of Jesus: History, Theology, Experience (A Ressurreição de Jesus: Experiência, História, Teologia). Translated by John Bowden. Minneapolis: Fortress, 1994.
7. Lüdemann, Gerd. What Really Happened to Jesus?: A Historical Approach to the Resurrection (O que realmente aconteceu com Jesus:? Uma Abordagem Histórica da Ressurreição). Translated by John Bowden. Louisville: Westminster John Knox, 1995.

Posted on Sunday, September 26, 2010 by Maurilo e Vivian

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Posted on Sunday, September 26, 2010 by Maurilo e Vivian

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Não existe nada tão claro e manifesto e mais demonstrável, que a existência de Deus. Ela é manisfesta em nós, no nossos corpos e almas e em tudo em relação a nós para qualquer lugar que olhemos, seja para os céus, ou para a terra, o ar, ou os mares. E ainda assim, quão inclinado é o coração do homem para questionar tal coisa! Tão inclinado está o coração do homem para a cegueira e ilusão, que está inclinado até a seguir para o ateísmo.

Jonathan Edwards

Posted on Sunday, September 26, 2010 by Maurilo e Vivian

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Saturday, September 25, 2010


Hoje, quando estava indo para o trabalho, li uma passagem do livro de Judas (outro Judas, não o que traiu Jesus) que dizia o seguinte:

“aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno” (Judas 6-7).

Quando li esse texto imediatamente pensei na força apologética desses versículos para uma robusta defesa da doutrina bíblica do inferno. Claramente esse texto nos diz que a) anjos estão reservados em prisões na escuridão; b) essas prisões são eternas; c) ele aguardam o grande dia do juízo; d) que Sodoma e Gomorra servem como exemplo; e) e que sofrem (ato contínuo) f) a pena do fogo eterno. Não é a primeira vez que eu vejo essa passagem, mas foi a primeira vez que ela se destacou para mim. Já devo tê-lo visto em algum texto de teológico.
Enfim, passei o dia pensando em como a Torre de Vigia poderia negar a claridade dos ensinos desse texto em relação ao tormento eterno de pecadores. Quando cheguei em casa (após devorar uma deliciosa pizza), abri minha Tradução do Novo Mundo (TNM), a famosa tradução das Escrituras das Testemunhas de Jeová e li essa mesma passagem.
Em um texto truncado, lê-se o seguinte:

“E os anjos que não conservaram a sua posição original, mas abandonaram a sua própria moradia correta, ele reservou com laços sempiternos, em profunda escuridão, para o julgamento do grande dia. Assim também Sodoma e Gomorra, e as cidades em volta delas, as quais, da mesma maneira como os precedentes, tendo cometido fornicação de modo excessivo e tendo ido após a carne para uso desnatural, são postas diante [de nós] como exemplo [de aviso] por sofrerem a punição judicial do fogo eterno”.

Existe uma escolha de palavras aqui para que o texto seja desfigurado e reflita um entendimento teológico pré-concebido que vai definir a tradução. Essa posição também é demonstrada pela inserção de duas palavras que não existem no texto original [de nós] e [de aviso]. Segundo a própria TNM, quando uma palavra está em colchetes, ela não se encontra no original e foi inserida pelos tradutores.
Ainda assim, não consigo imaginar como alguém pode negar a doutrina do inferno eterno quando se tem um texto tão claro em relação isso. E esse não é o único.
O maior perigo para a Torre de Vigia é que uma testemunha de Jeová comece a ler a Bíblia por si mesmo, sem necessitar dos livros auxiliares para entendimento das suas doutrinas. Pois pela simples leituras das Escrituras, ninguém até hoje (que eu conheça ou tenha ouvido falar) se tornou testemunha de Jeová.
Como já dizia Charles Taze Russel:
"Não somente achamos que as pessoas não podem ver o plano divino estudando por si a Bíblia, como vemos, também, que se alguém puser de lado 'Studies in the Scripture' (Estudo das Escrituras, livro do profeta falso Charles Taze Russel) mesmo depois que os tiver usado, depois que os tiver lido durante dez anos -- e os ignora e vai para a Bíblia sozinho, ainda que ele tenha entendido sua Bíblia durante dez anos, nossa experiência mostra que ele vai para as trevas. Por outro lado, se ele tivesse apenas lido 'Studies in the Scripture' com suas referências e não tivesse lido uma página da Bíblia como tal, ele estaria na luz no fim de dois anos, porque ele teria a luz das Escrituras." (Watchtower, 15 de setembro de 1910)

Posted on Saturday, September 25, 2010 by Maurilo e Vivian

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Em seu novo livro, The Grand Design (O Grande Projeto, em tradução literal), Stephen Hawking, em autoria com Leonard Mlodinow, fez a seguinte afirmação:

"Porque existe uma lei como a gravidade, o Universo pode e deve criar-se a partir do nada. Criação espontânea é a razão para haver alguma coisa em vez de nada, para que o Universo exista, para que nós existamos. Não é necessário invocar Deus para acender o pavio e pôr o Universo em movimento".

J. P. Moreland, em um artigo em seu site sobre essa afirmação, fez a seguinte observação, que é muito elucidante:

“O fato de que muitas pessoas têm sido influenciadas pelas reivindicações de Hawking e Mlodinow é triste para mim. Aqui está o por quê. Em épocas anteriores, quando a pessoa mediana conhecia mais filosofia, estas alegações seriam simplesmente risíveis, porque são afirmações filosóficas feitas por cientistas que têm pouca ou nenhuma formação filosófica. Assim, por mais brilhantes que sejam em seu próprio campo, Hawking e Mlodinow são leigos quando se trata das questões mais pertinentes. Mas vivemos em uma cultura cientificista. Quando um cientista fala, ele é considerado como sendo uma autoridade, independentemente de qual seja o assunto. E essa atitude reflete negativamente sobre o nível educacional da população. Assim, a questão mais profunda para mim em tudo isso não é se o universo poderia vir a existir a partir do nada ou não, sem uma causa. É, antes, o cientificismo que está no cerne da cultura ocidental. Sempre acreditei que o naturalismo filosófico, com seu cientificismo injustificado, ajudou a criar uma cultura intelectual simplista, e esta é uma razão para eu pensar desta maneira”.

Como já foi dito, Ex nihilo, nihil fit (Do nada, nada vem).

Posted on Saturday, September 25, 2010 by Maurilo e Vivian

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Fazendo sentido da Ressurreição por Luke Nix

(Áudio em MP3 aqui em breve)

Cada pessoa tem uma visão de mundo. A cosmovisão de uma pessoa é constituída por uma teia de crenças, cada uma com sua própria sub-teia de evidências que a suportam. A verdade de uma visão de mundo pode pode ser julgada pelo modo como ela reflete de perto a realidade como a conhecemos. As evidências para cada crença devem ser testadas. Eu acredito que a cosmovisão cristã é a que mais exatamente reflete a realidade. Vou me concentrar em prover evidências para uma das crenças fundamentais do Cristianismo - que Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos e que a cosmovisão cristã é a única que pode dar sentido a um evento histórico de tal tipo.

Primeiro, o fato de que Jesus ressuscitou precisa ser estabelecido para ser um evento que realmente aconteceu. Antes que a ressurreição de alguém dentre os mortos possa ser confirmada, duas coisas devem ser demonstradas: 1. Que, de fato, a pessoa morreu, e 2. Que ele foi visto vivo após a morte.

Várias linhas de evidências suportam o fato de que Jesus Cristo morreu. Primeiro, um grande número de fontes, ambas cristãs e não cristãs registram o evento.1 Em segundo lugar, os estudos médicos sobre o processo de crucificação mostram que a morte ocorreu por asfixia. Em terceiro lugar, fontes antigas registraram o "golpe final" em Jesus que garantiu a sua morte. Em quarto lugar, os discípulos de Jesus ficaram surpresos ao vê-lo vivo, porque eles sabiam que ele tinha morrido. Um grande número de historiadores que escreveram sobre o tema da ressurreição de Jesus concorda que estas peças de evidência apontam para o fato de que Jesus morreu antes de seus discípulos afirmarem ter visto Jesus em um estado "ressuscitado".2

Em segundo lugar, o fato de que os discípulos viram Jesus depois que souberam que ele morreu precisa ser estabelecido. Diversas linhas de evidência comprovam este fato. Primeiro, os discípulos acreditaram que tiveram uma experiência com o Jesus ressuscitado. Em segundo lugar, os discípulos passaram de covardes (abandonaram Jesus pouco antes de sua crucificação) a estarem disposto a morrer por sua crença. Em terceiro lugar, os apóstolos proclamaram a ressurreição muito cedo na história da Igreja (o credo em 1 Coríntios 15:3 tem uma história que pode ser atribuída para apenas alguns anos após a morte de Jesus). Em quarto lugar, Tiago, o irmão de Jesus era cético das reivindicações de seu irmão, até que ele teve uma experiência pós-morte com Jesus. Em quinto lugar, Saulo de Tarso (Paulo) era um judeu instruído perseguidor de cristãos, até que ele teve o que ele acreditava ser uma experiência com Jesus. As evidências apresentadas aqui para as aparições de Jesus são aceitas pela maioria dos críticos estudiosos que escreveram sobre o assunto.3

Vendo que as evidências para a morte e as aparições no final das contas são tão forte, resta-nos concluir que algo realmente aconteceu. Mas podemos dizer que esse algo foi uma "ressurreição", e se assim for, podemos dizer que Deus é o responsável? Muitas teorias têm sido propostas para explicar as evidências de uma forma que não permita uma ressurreição. Um exemplo disso é a que diz que o que discípulos experimentaram foi de natureza psicológica, e não tinha base para refletir uma ocorrência real. Isto tem sido contestado pela pesquisas psicológicas modernas, mostrando (entre outras coisas) que as visões não podem ser compartilhadas entre pessoas.4

Outra dessas teorias é a chamada de teoria do "desmaio". Esta teoria postula basicamente que Jesus não morreu realmente, e as condições no túmulo eram tais que ele poderia recuperar a consciência.5 Essa teoria é inadequada por muitas razões.6 Uma delas tem a ver com as condições físicas que se esperaria de Jesus se tal coisa realmente acontecesse. Se Jesus apareceu aos seus discípulos em um estado pós-crucificação (sangue, desfigurado, e fraco), e depois fez a afirmação de que era o "Senhor Ressuscitado", os discípulos teriam, no mínimo, se preocupado mais em atender as suas necessidades, e, no máximo, apenas disser para ele "ir embora", plenamente convencidos de que seu amigo realmente era apenas um messias fraudulentas.

As explicações naturalistas para as evidências, como as apresentadas aqui, não são suficientes para explicar todas as evidências apresentadas e ainda permanecer consistente.4 Além disso, uma vez que, naturalisticamente, as coisas que morrem não voltam à vida, temos de aceitar o fato de que Jesus foi trazido de volta à vida (ressurreição).7 Mas não podemos dar um salto aqui e dizer que foi Deus que o fez. Antes mesmo que isso possa ser uma possibilidade, devemos estabeler que Deus existe ou tem a possibilidade de existir.

Muitos argumentos foram levantados para apoiar a existência de Deus. Exemplos são o argumento cosmológico de Kalam, o argumento teleológico, o argumento moral, o argumento ontológico, e vários outros. Uma explicação e defesa de cada um desses argumentos está além do escopo deste ensaio, mas existem muitas fontes para pesquisa on-line. Nenhum desses argumentos estabelece uma prova da existência de Deus em si mesmo, no entanto, se tomados como um caso cumulativo, a existência de Deus é a única possibilidade que pode dar conta de todas as provas (no sentido filosófico, científico e vivencial) que os argumentos fornecem. Uma vez que é no mínimo possível que Deus exista, então existe a possibilidade de que Deus é a causa da ressurreição de Jesus,8 que é a causa para as aparições aos discípulos, e que é (metade) da causa da transformação deles.9 A idéia de que Deus existe faz todo o sentido para as evidências apresentadas; uma explicação não-teísta não pode fazê-lo.

Jesus disse que sua ressurreição seria prova da verdade de sua afirmações.10 Já que uma explicação sobrenaturalística forçaria uma conclusão de aprovação dos ensinamentos de Cristo, qualquer religião que negue as afirmações de Cristo (ele é Deus e ele é o caminho exclusivo para a salvação) terá que explicar as evidências para a ressurreição com uma explicação naturalista. Como isso não é possível, temos que aceitar a visão de mundo que explica de uma forma consistente com todas as evidências. Essa é a cosmovisão cristã.

Esta pequena investigação da ressurreição é, de nenhuma forma, completa. É parte de um processo cumulativo para a verdade do cristianismo e falsidade de outras cosmovisões. Ela fornece ferramentas poderosas para começar a peneirar as escolhas disponíveis.

Para obter mais informações sobre este tópico, veja Gary Habermas, William Lane Craig, Michael Licona, e Ben Witherington (todos esses sites em inglês).

1. Habermas, Gary R. The Historical Jesus: Ancient Evidence for The Life of Christ (O Jesus Histórico: Evidências antigas para a vida de Cristo) (Joplin, MO: College Publishing Company Press), pp 143-242
2. Habermas, Gary R. The Risen Jesus & Future Hope (O Jesus ressuscitado e a esperança futura) (New York: Rowman & Littlefield Publishers Inc. 2003), p. 16
3. Ibid., P. 27
4. Ibid., Pp 10-15
5. Habermas, Gary R. Gary R. The Historical Jesus: Ancient Evidence for The Life of Christ (O Jesus Histórico: Evidências antigas para a vida de Cristo) (Joplin, MO: College Publishing Company Press), pp 69-72
6. Ibid, p. 72-75
7. Habermas, Gary R. The Risen Jesus & Future Hope (O Jesus ressuscitado e a esperança futura) (New York: Rowman & Littlefield Publishers Inc. 2003), pp 67-69
8. Ibid., Pp 78-80
9. Ibid., Pp 17-26
10. Ibid., P 108

Posted on Saturday, September 25, 2010 by Maurilo e Vivian

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Thursday, September 23, 2010


Profecia e Ressurreição por Shelby Cade

(Áudio em MP3 aqui em breve)

A.W. Tozer certa vez declarou: "O jardim abandonado em breve será superado pelas plantas daninhas; o coração que não cultivar a verdade e erradicar o erro será em breve um deserto teológico."1 Tozer reconheceu a importância da verdade, especialmente a verdade teológica. Que provas podem ser dadas para mostrar que o cristianismo é a religião que tem a verdade como a sua fundação?

Ao olhar para as reivindicações cristãs sobre a verdade em relação a outras religiões, as divisões são distinguidas através das evidências. A verdade, pela sua própria natureza, é exclusiva. A verdade pode ser definida como aquilo que corresponde à realidade ou o modo como as coisas realmente são. Se algo é verdadeiro, é irrelevante se uma pessoa acredita ou não. Todas as religiões podem ser criticadas - inclusive o cristianismo - para verificar qual delas corresponde à forma como as coisas realmente são. Que evidência existe para o cristianismo?

A evidência para a verdade cristã repousa sobre a profecia e a ressurreição. A primeira parte da evidência vem por meio da profecia. Jesus, o Nazareno, exclusivamente cumpriu as profecias que foram ditas centenas de anos antes sobre ele, até mesmo ao ponto de detalhar o tipo de morte que ele iria receber (Salmo 22, Isaías 53). De acordo com Norm Geisler, o Antigo Testamento registra 191 profecias messiânicas.2 Peter Stoner calculou a probabilidade de apenas oito profecias se cumprirem, como uma chance em dez elevado a 1017 potência. Uma analogia para isso seria como se cobríssemos todo o estado do Texas com moedas de dólares até dois metros de altura e marcássemos um dólar de vermelho para um indivíduo o identificar, com os olhos vendados, na primeira tentativa.3 As evidências proféticas mostram grande apoio ao fato que Jesus era o Messias esperado, mas e em relação a evidência da ressurreição?

Talvez a maior afirmação sobre verdade no contexto do Cristianismo seja a ressurreição corporal de Jesus. O cristianismo vive ou morre com base na ressurreição de Jesus. Paulo declara em seu primeiro livro aos Coríntios: "Se Cristo não ressuscitou ... somos também considerados como falsas testemunhas." (1 Coríntios. 15:14-15). Paulo afirma que a ressurreição de Jesus ou verifica a verdade do cristianismo ou não. Se Jesus se levantou corporalmente dentre os mortos, então a melhor explicação é que o cristianismo é verdade. Há provas para verificar a ressurreição?

Sendo que ninguém presenciou o evento da ressurreição, a prova fica a cargo daqueles que afirmaram terem visto Jesus ressuscitado, mas como essas afirmações são confiáveis? Primeiro, há várias confirmações para a ressurreição, uma das mais importantes dada pelo apóstolo Paulo. Confirmações múltiplas ajudam a mostrar por que as pessoas que viram Jesus não estava tendo alucinações ou uma visão. As alucinações são sempre individuais, não uma experiência de grupo.4 Paulo, escrevendo aos Coríntios, afirma que Jesus apareceu a mais de 500 pessoas ao mesmo tempo (1 Coríntios 15:6). Esta carta aos Coríntios foi escrita quando as pessoas nos dias de Paulo poderiam facilmente ter apresentado explicações contestadoras, mas nenhuma foi dada. Também digno de nota é a concordância quase universal dos estudiosos que 1 Coríntios 15, especialmente os 8 primeiros versos, é uma passagem em forma de credo a respeito da ressurreição, que remonta à própria ressurreição. Jack Kent, um cético da ressurreição corporal, disse sobre passagem de 1 Coríntios 15 que "poderia ser datada muito perto da ressurreição."5 Em outras palavras, a história da ressurreição não é uma invenção tardia.

Que outra evidência existe para validar a história da ressurreição? De acordo com os quatro escritores dos evangelhos, as primeiras aparições de Jesus foram para mulheres. No primeiro século, os depoimentos das mulheres eram considerados inválidos, então por que os autores incluiriam este ponto, se eles estavam simplesmente tentando inventar um mito?

Outra evidência é o lugar em que ocorreu a ressurreição: em Jerusalém. Jerusalém era o centro do judaísmo. Os judeus tinham condenado Jesus com veemência por ele alegar que era igual a Deus (Mateus 26:63-66, João 19:7). Se o cristianismo foi forjado, deveríamos esperar ver esse novo grupo começar em qualquer lugar, mas não em Jerusalém. Saber o tipo de perseguição que se seguiria ao afirmar que Jesus era o Messias do judaísmo ressuscitado é apenas mais um fragmento de evidência para apontar para a veracidade do cristianismo.

A peça final de evidência se centra nos próprios discípulos. Eles acreditavam que tinham encontrado fisicamente o Jesus ressuscitado (Lucas 24:36-43, Gálatas 1:11-12). Eles mudaram de homens com medo para indivíduos que estavam dispostos a morrer por causa desse encontro (João 20:19). Não existiam outras histórias para dar outras explicações para o aparecimento de Jesus como o Messias ressuscitado durante o primeiro século.

Em resumo, o corpo de Jesus estava faltando da tumba bem conhecida. Os judeus alegaram que o corpo foi roubado, apenas confirmando que o corpo havia desaparecido. Mulheres e uma infinidade de outros viram Jesus vivo. A comunidade cristã nasceu no ambiente mais hostil que se possa imaginar, mas isso não freou os seguidores que tinham visto Jesus ressuscitado. A história da ressurreição é antiga e a extensão de dicas de evidências para a veracidade do cristianismo.

Séculos mais tarde, outras teorias foram desenvolvidas para explicar o túmulo vazio e a ressurreição de Jesus, como a teoria do desmaio, a teoria do túmulo errado, a teoria da história lendária, a teoria da alucinação e assim por diante. O fato é que essas explicações apareceram mais tarde e podem ser descartadas como falsas por não coincidirem com a realidade. Apenas uma história tem resistido ao teste do tempo em alinhamento com as evidências. A história que coloca as peças da verdade juntas é que Jesus ressuscitou dos mortos. Por fim, o cristianismo é verdadeiro baseado na ressurreição corporal de Jesus.


1 http://www.sermonillustrations.com/az/t/truth.htm, acessado em 14 de janeiro 2010
2 Geisler, Norm, Enciclopédia de Apologética Cristã, p. 610
4 Collins, Gary citado por Lee Strobel, Em Defesa de Cristo, p. 238
5 Kent, Jack, The Psychological Origins of the Resurrection Myth (As Origens Psicológicas do Mito da Ressurreição), p. 16-17

Posted on Thursday, September 23, 2010 by Maurilo e Vivian

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Wednesday, September 22, 2010

Stephen Hawking sem sua força criador (gravidade)

Como cientista, eu estou certo que Stephen Hawking está errado. Você não pode explicar o universo sem Deus

Não há como negar que Stephen Hawking é intelectualmente corajoso, bem como fisicamente heróico. E em seu último livro, o físico renomado prepara um desafio audacioso para a crença religiosa tradicional na criação divina do universo.
Segundo Hawking, as leis da física, não a vontade de Deus, oferecem a verdadeira explicação de como a vida na Terra surgiu. O Big Bang, segundo ele, foi a conseqüência inevitável dessas leis "por haver uma lei como a gravidade, o universo pode e irá criar a ele mesmo do nada."
Infelizmente, embora o argumento de Hawking esteja sendo aclamado como polêmico e inovador, ele não é novo.
Durante anos, outros cientistas têm feito afirmações semelhantes, sustentando que a impressionante criatividade sofisticada do mundo que nos cerca pode ser interpretada unicamente com base em leis físicas, tais como a gravidade.
É uma abordagem simplista, mas em nossa era secular parece ter ressonância com um público cético.
Mas, como cientista e como cristão, eu diria que a alegação de Hawking é equivocada. Ele nos pede para escolhermos entre Deus e as leis da física, como se estivessem necessariamente em conflito mútuo.
Mas ao contrário do que afirma Hawking, as leis da física nunca podem fornecer uma explicação completa do universo. Leis em si não criam nada, elas são apenas uma descrição do que acontece sob determinadas condições.
O que Hawking parece ter feito é confundido lei com agência. Seu pedido para que escolhamos entre Deus e a física é um pouco como alguém exigindo que se escolha entre o engenheiro aeronáutico Sir Frank Whittle e as leis da física para explicar o motor a jato.
Essa é uma confusão de categoria. As leis da física conseguem explicar como funciona o motor a jato, mas alguém tinha de construir a coisa, colocar o combustível e iniciá-lo. O jato não poderia ter sido criado sem as leis da física por si mesmo – mas a tarefa de desenvolvimento e criação necessitaram da genialidade de Whittle como seu agente.
Da mesma forma, as leis da física nunca poderiam ter realmente construído o universo. Algum tipo de agente deve estar envolvido.
Para usar uma analogia simples, as leis de Isaac Newton sobre o movimento nunca em si mesmas lançaram uma bola de bilhar correndo por todo o feltro verde. Isso só pode ser feito por pessoas usando um taco de sinuca e as ações de seus próprios braços.
O argumento de Hawking parece-me ainda mais ilógico quando ele diz que a existência da gravidade significa que a criação do universo era inevitável. Mas como existe a gravidade, em primeiro lugar? Quem a colocou lá? E qual foi a força criativa por trás do seu nascimento?
Da mesma forma, quando Hawking argumenta, em apoio da sua teoria da criação espontânea, que só era necessário “acender o pavio” para “fazer o universo começar”, a pergunta deve ser: de onde veio esse pavio? E quem o acendeu, se não Deus?
Grande parte da lógica subjacente à argumentação de Hawking encontra-se na idéia de que existe um conflito profundo entre a ciência e a religião. Mas esta não é uma discórdia que eu reconheça.
Para mim, como um crente em Cristo, a beleza das leis científicas só reforçam minha fé em um ser inteligente, divina força criadora em ação. Quanto mais eu entendo a ciência, mais acredito em Deus, por causa do meu espanto com a dimensão, a sofisticação e a integridade de sua criação.
A própria razão pela qual a ciência floresceu tão vigorosamente nos séculos 16 e 17 foi precisamente por causa da crença de que as leis da natureza que estavam sendo descobertas e definidas refletiam a influência de um divino legislador.
Um dos temas fundamentais do cristianismo é que o universo foi construído de acordo com um projeto racional, inteligente. Longe de estar em desacordo com a ciência, a fé cristã realmente faz perfeito sentido cientificamente.
Alguns anos atrás, o cientista Joseph Needham fez um estudo épico do desenvolvimento tecnológico na China. Ele queria saber por que a China, com todas as suas antigas inovação, tinha ficado muito atrás da Europa no avanço da ciência.
Ele relutantemente chegou à conclusão de que a ciência europeia tinha sido estimulada pela crença generalizada em uma força criadora racional, conhecida como Deus, que fez todas as leis científicas compreensíveis.
Apesar disso, Hawking, como tantos outros críticos da religião, quer que acreditemos que não somos nada mais do que um conjunto aleatório de moléculas, o produto final de um processo irracional.
Isto, se for verdadeiro, poria em dúvida a racionalidade de que precisamos estudar ciência. Se o cérebro fosse realmente o resultado de um processo não guiado, então não há razão para acreditar em sua capacidade de nos dizer a verdade.
Vivemos em uma era de informação. Quando vemos algumas letras do alfabeto soletrando o nosso nome na areia, a nossa resposta imediata é a de reconhecer o trabalho de um agente inteligente. Quanto mais provável, então, é um criador inteligente por trás do DNA humano, o colossal banco de dados biológicos que contém nada menos que 3,5 bilhões "letras"?
É fascinante que Hawking, ao atacar a religião, sente-se compelido a colocar tanta ênfase na teoria do Big Bang. Porque, mesmo que os não-crentes não gostem disso, o Big Bang se encaixa exatamente com a narrativa cristã da criação.
É por isso que, antes do Big Bang ganhar terreno, muitos cientistas estavam dispostos a rejeitá-la, pois ela parecia apoiar a história da Bíblia. Alguns se apegaram a visão de Aristóteles do "universo eterno", sem começo nem fim; mas essa teoria, e mais tarde as variantes da mesma, estão agora profundamente desacreditadas.
Mas o apoio para a existência de Deus vai muito além do reino da ciência. Entre a fé cristã, há também a poderosa evidência de que Deus se revelou à humanidade através de Jesus Cristo há dois milênios. Isso é bem documentado não apenas nas Escrituras e outros testemunhos, mas também em uma riqueza de achados arqueológicos.
Além disso, a experiência religiosa de milhões de crentes não pode ser ignorada levianamente. Eu e minha família podemos testemunhar que a fé teve influência positiva sobre as nossas vidas, algo que desafia a idéia de que somos nada mais do que um conjunto aleatório de moléculas.
Assim como é forte a realidade óbvia de que somos seres morais, capazes de compreender a diferença entre certo e errado. Não há nenhuma rota científica para tal ética.
A física não pode inspirar a nossa preocupação com o outro, ou o espírito de altruísmo que existe nas sociedades humanas desde a aurora dos tempos.
A existência de uma base comum de valores morais aponta para a existência de uma força transcendente além que meras leis científicas. De fato, a mensagem do ateísmo tem sido sempre uma mensagem curiosamente deprimente, retratando-nos como criaturas egoístas focadas em nada mais do que sobrevivência e auto-gratificação.
Hawking também considera que a possível existência de outras formas de vida no universo enfraqueça a convicção religiosa tradicional que nós estamos vivendo em um planeta único, criado por Deus. Mas não há nenhuma prova de que outras formas de vida estão lá fora, e Hawking certamente não apresenta uma.
Sempre me divirto quando os ateus argumentam pela existência de inteligência extra-terrestre além da Terra. No entanto, eles estão muito ansiosos para rejeitar a possibilidade de que já dispomos de um ser inteligente vasto lá fora: Deus.
A nova artilharia de Hawking não pode abalar os alicerces de uma fé que se baseia em evidências.

Texto original em inglês aqui.

Posted on Wednesday, September 22, 2010 by Maurilo e Vivian

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Tuesday, September 21, 2010


Razões Cumulativas para o Cristianismo por Chad Gross

(Áudio MP3 aqui em breve)

Neste ensaio, vou compartilhar algumas das razões por que eu sigo Jesus Cristo.

Se Deus não existe, cada um dos nossos pensamentos são simplesmente o produto de uma longa série de acidentes aleatórios, irracionais. Como C. S. Lewis certa vez disse: "... se ... pensamentos ... são apenas subprodutos acidentais, por que deveríamos acreditar que um acidente pode ser capaz de dar uma explicação correta de todos os outros acidentes."1

O fato que nós, como seres finitos, podemos refletir em questões como "Deus existe?" é uma poderosa evidência de sua existência. Para alguém poder raciocinar sobre qualquer coisa, a existência de Deus deve ser pré-suposta. Eu não vejo nenhuma base sólida para concluir que processos naturais irracionais possam produzir seres racionais. Uma mente extremamente racional parece ser a explicação mais lógica das habilidades de raciocínio da humanidade.

A cosmologia moderna descobriu que o universo teve um começo. No passado finito, toda a matéria, espaço, tempo e energia explodiu para a existência do nada no que hoje é conhecido como o "Big Bang". Logicamente, a causa desta explosão não poderia ser de dentro da ordem natural porque a natureza em si mesma não existia antes do Big Bang e, portanto, pode-se concluir que a causa do Big Bang, existe fora da natureza, ou seja é sobrenatural. Além disso, a partir de dados relevantes, pode-se deduzir que esta causa é algo que não tem limites, atemporal, imaterial, sobrenatural e inconcebivelmente poderosa.2

Como disse Arno Penzias, vencedor do Prêmio Nobel pela descoberta da radiação cósmica de fundo que corroborou o Big Bang: "Os melhores dados que temos são exatamente o que eu poderia ter previsto se não tivesse mais nada para onde ir, mas os cinco livros de Moisés, os Salmos, e n Bíblia como um todo".3
Além disso, verificou-se que desde o princípio, as constantes iniciais que permitem ao nosso universo sustentar a vida estavam presentes. Isso significa que desde o primeiro momento que o universo veio à existência, ele foi programado, por assim dizer, para formar o universo que habitamos. Como resultado, muitos concluíram que o Big Bang não poderia ter sido um evento aleatório, caótico, mas um momento preciso, pré-figurado de criação.4 Como um teísta, posso concluir que algo + nada = tudo, no entanto, o ateu, conforme admitido pelo filósofo Quentin Smith, tem que acreditar que o universo surgiu "do nada, por nada e para nada."5

O apóstolo Paulo escreveu: "E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé". (1 Coríntios 15:14).

Dr. Gary Habermas elaborou uma lista de mais de 2200 fontes em francês, alemão e inglês no qual os especialistas têm escrito sobre a ressurreição de 1975 até o presente. Ele identificou fatos mínimos (12 no total) que estão fortemente evidenciados e que são considerados históricos pela grande maioria dos estudiosos, incluindo os céticos.

O erudito Mike Licona explica a abordagem dos fatos "mínimos" para a ressurreição:
Sob esta abordagem, podemos considerar apenas os fatos que atendem a dois critérios. Em primeiro lugar, a evidência histórica que os apóia deve ser muito forte. E em segundo lugar, a evidência deve ser tão forte que a grande maioria dos estudiosos de hoje sobre o assunto, incluindo céticos, os aceita como fatos históricos... Sejamos sinceros: há uma maior probabilidade de que um fato supostamente histórico seja verdade, quando alguém aceita o mesmo, embora não esteja de acordo com a suas crenças metafísicas.6
Este conjunto de fatos é baseada tendo a Bíblia apenas como literatura histórica antiga.

Embora todos esses fatos sejam aceitos pela grande maioria dos estudiosos, vamos focar sobre os cinco que são mais bem evidenciados. Eles são os seguintes:

Fato # 1 - Jesus foi morto por crucificação
Fato # 2 - Os discípulos de Jesus acreditavam que ele ressuscitou e apareceu para eles
Fato # 3 - A conversão de Paulo, perseguidor da Igreja
Fato # 4 - A conversão do cético Tiago, meio irmão de Jesus
Fato # 5 - O túmulo de Jesus estava vazio7

A melhor explicação para esses fatos é que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. O cético, que rejeita esta conclusão, deve ser capaz de não só fornecer as teorias alternativas para explicar os dados, mas também apresentar provas do primeiro século para fundamentar as suas conclusões.8

Finalmente, quando alguém coloca sua fé em Cristo, o Espírito Santo irá confirmar que ele é salvo:

"O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Romanos 8:16 a, CSB).

Esta é uma evidência experimental para o crente que Jesus é quem Ele disse que era/é.

No entanto, temos que abordar o fato de que outras religiões do mundo afirmam possuir "testes de verdade." O muçulmano irá lhe dizer para seguir o Islã, porque só Deus poderia ter escrito o Alcorão.9 Além disso, o Livro de Mórmon nos diz que o Espírito Santo manifestará a verdade do mormonismo quando você pedir a confirmação através de oração.10

É imperativo que compreendamos que a experiência de um crente deve se correlacionar com a evidência externa disponível através da história, arqueologia e fatos observáveis.
O teste para a verdade do Alcorão é altamente subjetivo, considerando que um cristão pode alegar que o Salmo 19 é superior em forma literária à primeira Sura do Alcorão.
Além disso, o Livro de Mórmon se revele insuficiente sob investigação crítica, devido à praticamente inexistente evidência arqueológica para fundamentar suas alegações.

E em relação ao cético que não acredita em Jesus, afinal?

A ressurreição fornece uma análise objetiva da verdade, como Habermas e Licona explicam:

"Temos o teste externo, que, se Jesus realmente ressuscitou dos mortos, nos parece que a verdade do cristianismo é confirmada e todos os adeptos de crenças conflitantes devem reavaliar se a sua garantia veio de um outro espírito que não Deus ou foi o resultado de auto-ilusão".11

Foi Jesus quem disse: "Se alguém decidir fazer a vontade de Deus, descobrirá se o meu ensino vem de Deus ou se eu falo por mim mesmo" (João 7:17 NVI, grifo meu). É um passo de fé necessário? Sim, no entanto, a fé não deve ser um salto cego no escuro, mas um passo razoável em direção à luz fundamentado na razão e nas evidências.12

Recursos e Notas:
1. C.S. Lewis, God in the Dock (Deus na doca) (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1970), p. 52-53.
2. Para um sumário de fácil leitura da evidência para o Big Bang, eu recomendo o livro do agnóstico Robert Jastrow, God and the Astronomers (Deus e os astrônomos).
3. Citado por Dinesh D'Souza, What’s So Great about Christianity (O que é tão bom sobre o Cristianismo) p.124.
4. Para olhar em profundidade a precisão do Big Bang e a existência das constantes cosmológicas, desde o momento da criação, eu recomendo a obra de William Lane Craig Reasonable Faith, 3ª edição.
5. William Lane Craig e Quentin Smith, Theism, Atheism, and Big Bang Cosmology (Teísmo, Ateísmo e Cosmologia do Big Bang) (Oxford: Clarendon Press, 1993), 135.
6. Lee Strobel, The Case for the Real Jesus (Em Defesa do Jesus Real): Entrevista com Mike Licona (Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing, 2007), p. 112.
7. Eu escrevi mais sobre as razões pelas quais a maioria dos estudiosos aceitam esses fatos aqui (em inglês).
8. Eu abordei algumas das objeções mais comuns para a ressurreição aqui (em inglês).
9. Sura 2:23-24, O Sagrado Alcorão, p.7; Texto e Tradução explicativa por Muhammad Marmaduke Pickthall.
10. Moroni 10:4-5, O Livro de Mórmon, p. 529 por Joseph Smith Júnior
11. Gary Habermas e Mike Licona, The Case for the Resurrection (Em Defesa da Ressurreição), (Grand Rapids, MI: Kregal Publications, uma divisão da Kregal Inc., 2004), p. 28.
12. Eu escrevi mais sobre a definição de fé aqui (em inglês).

Posted on Tuesday, September 21, 2010 by Maurilo e Vivian

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Sunday, September 19, 2010


A Complexidade Ortogonal por Peter Grice

(Áudio em MP3 aqui em breve)

Algo parecido com o cristianismo deve ser verdadeiro, na minha opinião, devido a um fenômeno difuso que eu gostaria de chamar de complexidade ortogonal. É diferente de dois conceitos relacionados, a complexidade irredutível e a complexidade específica, conforme descrito em seguida.

Todos os três conceitos se enquadram na categoria geral da teleologia. Telos é um modo de explicação descrito por Aristóteles1, onde um objeto físico ou sistema tem um objetivo que existe em uma relação causal anterior as suas características de forma e função. Em outras palavras, os seus traços servem os interesses de seu propósito.

Por exemplo, nós entendemos que uma faca é para cortar bife. Seu próprio fim teleológico ajuda a explicar por que tanto a faca existe (a função de cortar o bife) e porque tem características particulares (tais como a sua borda serrilhada e o equilíbrio apropriado quando segurado por mãos humanas). Embora uma faca possa ser totalmente mensurada e descrita cientificamente sem invocar a sua finalidade conhecida, esta seria uma redução e uma explicação incompleta.2

Dada a inabilidade das facas de se intencionar e fabricar si mesmas, a implicação clara é que elas são artefatos de seres com inteligência suficiente e poder criativo. Enquanto isso não é contestado em relação a facas de bife, é certamente controversa quando se trata de seres humanos e outros sistemas biológicos, por razões óbvias.

No entanto, parece muito fácil abandonar a discussão contemporânea sobre o tema como "apenas uma forma atualizada" do argumento de William Paley3 – seja lá o que for que isso signifique em detalhes. É justamente o detalhe que importa, pois o argumento de design não é irracional. Pelo contrário, sua aplicação é disputada. Nosso conhecimento da complexidade biológica percorreu um longo caminho nos últimos 200 anos, tornando-se mais aplicável do que nunca para a questão do telos no mundo orgânico.

Complexidade Irredutível4 é a noção de que todas as partes constituintes são necessárias para um determinado sistema biológico manter a sua função em relação ao organismo.5 Complexidade Específica6 refere-se a sistemas que são ambos específicos, como uma única letra do alfabeto, e complexas, como acontece com uma seqüência de letras. Se verificado, qualquer um destes conceitos mostraria que qualquer meandro gradual, de tentativas e erros da evolução naturalista é de fato transcende por inteligência.

O que quero dizer com complexidade ortogonal7 é a confluência de várias vias de desenvolvimento linear, de forma coordenada, resultando em uma estrutura emergente ou um padrão de dimensionalidades diferentes. Esse padrão, tais como o leque impressionante de "olhos" na cauda de um pavão, seria caracterizado como epifenomenal, complexo, especificado e também digital em termos de estruturas descontínuas cruzadas (como pixels em uma tela de computador). O feito deve ser realizado através de cálculos avançados e de uma fusão conceitual muito além que a capacidade de processos lineares indiretos podem obter. Embora estritamente redutível a componentes físicos, a presença de um efeito é real. Ela se dissipa ao invés de participar de uma redução física, então, nesse sentido também é irredutível.

Imagine uma lindo tapete - seu intrincado design adornado é a marca de uma determinada família de artesãos, juntamente com o conhecimento de informações precisas sobre a tecelagem de fios por cima e por baixo para sua reprodução. Reflita um pouco sobre a necessidade de se ter um artesão para o processo.8 Alguém poderia tentar explica-lo desmontando a trama, um fio de cada vez, para mostrar que o tapete é composto inteiramente de fios lineares. No entanto, isso é inadequado como uma explicação completa, pois exclui dados genuínos - o telos do arranjo.

A tapeçaria apresenta complexidade ortogonal na forma de entrelaçamento de suas teias "verticais" com as “tramas” horizontais de fios. Há mais de ortogonalidade em cada ponto de intersecção virtual, com seu cálculo para referenciar o design sobreposto. A tela é um conjunto de segmentos lineares e não uma superfície plana contínua, e aí reside o desafio.

Assim é com a cauda de um pavão, só que aqui a tela "física" abrange uma miríade de filamentos lineares de diferentes escalas, em uma configuração fractal, fixadas em posições precisas no espaço para facilitar o arranjo geral. Assim como um monte de fios pareceria uma má escolha para se pintar uma obra-prima, assim também é afunilar as penas do pavão a uma imagem bidimensional totalmente não condutiva. No entanto, é fácil vê-las sobrepostas.9

No caso do "olho” redondo de uma única pena, isso envolve uma cor requerida abruptamente começar, continuar e parar ao longo de um filamento ou bárbula - todas em locais precisos e comprimentos específicos que só fazem sentido no âmbito do esquema geral. Elementos adjacentes do desenho são justapostos em dígitos adjacentes, com um espaço vazio no meio.

Os mapeamentos envolvidos são análogos aos transformações matemáticas entre dimensões inferiores e superiores. As próprias cores são efeitos de complexas estruturas 3D microscópicas conhecidas como cristais fotônicos,10 introduzindo mais uma outra transformação complexa. Na verdade, toda a panóplia se desenrola a partir de uma codificação linear de informações dentro do DNA.

Se isso confunde a mente dos seres humanos,11 é preciso desconfiar que tudo decorre de forma direta uma vez que a pavoa conspira humildemente com a natureza para simular um tecelão mestre. Somos solicitados a acreditar que as preferências de acasalamento das pavoas são em grande parte responsáveis por esta fenomenal proeza complexa, apesar do caráter disputável de qualquer evidência para isso.12 Mesmo as mais brilhantes mentes humanas não poderiam produzir tal obra-prima, sem ceder à imitação.

Múltiplos níveis interpostos de complexidade ortogonal clamam por uma explicação adequada. Assim como uma tapeçaria relativamente simples, necessita de um tecelão, então parece que ortogonalidade da natureza requer um agente causal transcendente, inteligente, e criativo.

Eu iniciei implicando que isso é parte de um caso cumulativo. Pessoalmente, considero que as provas para o cristianismo são abrangentes e convincentes, e eu encorajo os leitores a explorar isto através dos outros ensaios desta série. Espero que a minha contribuição tenha pelo menos destacado um ponto principal de partida entre explicações rivais. É legítimo que uma postura filosófica anti-sobrenatural rejeite de antemão partes inteiras de evidência potencial para o cristianismo? Parece-me que esta questão gira em torno da qualidade da complexidade que estamos descobrindo agora, o que prejudica a alegação de que telos em biologia é ilusória.

1 Aristóteles atribui ao “telos” o papel de "causa final," a partir de sua doutrina das Quatro Causas expostas, em seu texto Metafísica.
2 Assim o sentido pejorativo do termo reducionismo. Dentro da gama de dados presentes para a compreensão humana, existem categorias inteiras que parecem estar fora dos limites do que somente a ciência é capaz de analisar.
3 O argumento do design de Paley, a partir sua obra de 1802, Teologia Natural, assume a seguinte forma: se por acaso encontrássemos um relógio de pulso em alguns lugar remoto, iríamos perceber sua finalidade óbvia de medir o tempo, e concluiríamos que ele tinha sido projetado. Por analogia, parece racional fazer o mesmo tipo de inferência a partir da intencionalidade aparente de sistemas biológicos, a uma causa inteligente.
4 Um primeiro conceito apresentado por Michael Behe em seu best-seller “A Caixa Preta de Darwin” (1996).
5 Meu texto é significativo, uma vez que os críticos têm sugerido que algumas partes ou subestruturas de um sistema irredutivelmente complexo proposto foram cooptados de outros contextos, mas isso parece fugir do mérito, que é sobre a função do sistema particular no seu contexto atual.
6 defendido por William Dembski em The Design Inference (1998).
7 Ao propor o meu próprio conceito, eu não quero dizer que não é subsumido pelo trabalho de Behe, Dembski e outros, ou que é rigorosamente formulado em outro lugar (eu não sou um teórico da complexidade). No entanto espero que a minha humilde observação irá provocar o leitor a refletir sobre os candidatos para a complexidade ortogonais e a sua explicação adequada.
8 Embora mais tarde ela pode ser reproduzida mecanicamente, como com um tear Jacquard, isso não teria sido possível sem a participação inicial de um agente inteligente.
9 Embora haja ortogonalidade na convergência e divergência no processo do crescimento, a ortogonalidade mais interessante e sofisticada é a sobreposição do desenho 2D familiar para a estrutura subjacente.
10 Veja, por exemplo, http://www.nnin.org/doc/2007nninREUSmyth.pdf (em inglês)
11 Não é de admirar Charles Darwin escreveu a um colega ", Pequenos elementos estruturais, muitas vezes me deixam muito desconfortável. A visão de uma pena na cauda de um pavão, sempre que eu olho para ela, me deixa doente".
12 Takahashi et al. Pavoas não preferem os pavões com caudas mais elaboradas; http://bit.ly/aK3BzL

Posted on Sunday, September 19, 2010 by Maurilo e Vivian

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