Entre nossas leituras diárias, passamos pelo site do Reasons to Believe e vimos algumas coisas interessantes.
Entre elas, uma lista de 12 falácias que devemos evitar em nossos argumentos. É algo importante não somente para saber quando alguém está usando um argumento falacioso, falho, mas principalmente, para evitarmos usar de tais argumentos. O que me chamou atenção nessa lista é que ela aponta as falácias mais comuns. Além disso, temos ouvido o podcast do Reasons to Believe, Straight Thinking (algo como Pensamento Correto), com o filósofo Kenneth Samples.
Veja abaixo a lista das 12 falácias que devemos evitar:

Argumentum ad baculum: Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.
Ex: "Acredite no que eu digo; não se esqueça de quem é que paga o seu salário"

Argmentum ad misericordium: “Apelo à Piedade” Pede-se a aprovação do auditório na base do estado lastimoso do autor.
Ex: “Eu não assassinei meus pais com um machado! Por favor, não me acuse; você não vê que já estou sofrendo o bastante por ter me tornado um órfão?”

Falácia genética. Erro de pensamento em que mostrar como algo que se desenvolveu é mostrar o que é. Tenta-se diminuir a posição de alguém mostrando sua origem.
Ex: as Testemunhas de Jeová se recusam a festejar aniversários natalícios ou outras festividades por terem origem pagã, sem terem em conta a evolução destas práticas, incorrem na falácia genética.
Um outro exemplo, quando alguém diz “você é cristão somente porque você nasceu em um pais cristão”, tentando diminuir a validade do cristianismo por causa disso. Existem cristão que nasceram em países islâmicos, por exemplo, e vieram a fé cristã mais tarde em suas vidas.

Otimismo exagerado: significa tomar os desejos por realidades e tomar decisões, ou seguir raciocínios, baseados nesses desejos em vez de em fatos ou na racionalidade.
Ex: Paul Wolfowitz predisse que "uma explosão de alegria irá saudar os nossos soldados" nas vésperas da Guerra do Iraque de 2003.

Post hoc ergo propter hoc, “Depois disso, por causa disso”: Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma relação de causa e efeito. Também conhecida como "Correlação não implica causa". (Correlation does not imply causation).
Ex: "O Japão rendeu-se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos EUA. Portanto, a paz foi alcançada devido à utilização das armas nucleares."

Argumentum ad ignorantiam, “Apelo à Ignorância”: Os argumentos desta classe concluem que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso. Argumento muito comum entre os ateus, que dizem que já que o ateísmo não pode ser provado como falso (não se pode provar uma negativa) o ateísmo é verdadeiro.
Ex: “Como não provaram que fantasmas não existem, então eles devem existir.”

Derrapagem, também conhecida como “Falácia do dominó”: assume-se uma pequena movimentação como um gatilho para que tudo siga para aquele sentido.
Ex: “Sou contra a eutanásia, porque daqui a pouco estaremos aprovando assassinatos e até genocídio generalizado.”

Generalização Precipitada, essa falácia aparece em todos os lugares: É o julgamento precipitado sobre uma amostra que é pequena demais em relação à população ou dado que ela quer apoiar, que acaba tendo uma generalização tendenciosa.
Ex: Fred, o australiano, roubou a minha carteira. Portanto, os Australianos são ladrões.

Argumentum ad hominem, “Ataque ao argumentador”: em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.
Abusivo: em vez de atacar uma afirmação, o argumento ataca pessoa que a proferiu.
Circunstancial: em vez de atacar uma afirmação, o autor aponta para as circunstâncias em que a pessoa que a fez e as suas circunstâncias.
Tu quoque (“Você Também”), Falácia do "mas você também": ocorre quando uma ação se torna aceitável pois outra pessoa também a cometeu. Uma forma de ad hominem.

Falácia do homem de palha: É mais fácil atacar um homem de palha do que um homem de verdade. Consiste em criar idéias reprováveis ou fracas, atribuindo-as à posição oposta.
Ex: Quem acredita na Bíblia acredita que Jonas foi engolido por uma baleia.

Omissão de dados: O autor escolhe quais dados compartilhar e quais dados ignorar. Dados importantes, que arruinariam um argumento indutivo, são excluídos.
Ex: Muito provavelmente o Corinthians vai ganhar este jogo porque ganhou nove dos últimos dez jogos (esquecendo de informar que oito desses jogos foram contra times da segunda divisão e seu adversário atual é da primeira divisão).

Humor dispersivo e ridicularização: Todo mundo gosta de uma boa piada, mas em um debate por vezes o humor pode ser mal usado para evitar o assunto de verdade ou para ridicularizar o oponente de forma desleal.