O presidente da república, Luís Inácio Lula da Silva, em uma entrevista publicada na Folha de São Paulo de ontem, encontrou uma justifica moral para suas coalizões imorais, utilizando-se de ninguém menos que o Nosso Senhor, Jesus Cristo.
Demonstrando total desconhecimento das Escrituras e de teologia, mas um domínio perfeito dos antros da perniciosa politicagem brasiliense, nosso presidente assim se justifica:

FOLHA - Nunca se sentiu incomodado por ter feito alguma concessão?
LULA - Nunca me senti incomodado. Nunca fiz concessão política. Faço acordo. Uma forma de evitar a montagem do governo é ficar dizendo que vai encher de petista. O que a oposição quer dizer com isso. Era para deixar quem estava. O PSDB e o PFL (hoje DEM) queriam deixar nos cargos quem já estava lá. Quem vier para cá não montará governo fora da realidade política. Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão.

O que Lula ignora, é que Jesus já esteve no Palácio e já teve oportunidade de fazer uma coalizão. Uma leitura do capítulo 19 do Evangelho de João nos mostra isso:

“e entrando outra vez no pretório, perguntou a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-lhe, então, Pilatos: Não me respondes? não sabes que tenho autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar? Respondeu-lhe Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fora dado; por isso aquele que me entregou a ti, maior pecado tem”.

Não seria esse o momento perfeito para Jesus fazer uma coalizão aos moldes de nosso presidente? Não poderia o Senhor ter dito “Vamos fazer assim Pilatos, você me apóia, instaura uma CPI contra Caifás, condena o Barrabás para o povo achar que tem algum tipo de justiça e quando meu Reino começar, eu aloco para você um ministério e apoio um candidato seu para um governo estadual”. Mas o que se lê em seguida não condiz com isso:

“Então lho entregou para ser crucificado”.

O final todos sabemos.

Não senhor presidente, Jesus Cristo não faria nenhuma aliança para tentar livrar sua cara ou criar governabilidade. Ele tinha convicções profundas e estava disposto a ir até o fim. Mesmo que isso significasse a morte. Ele foi homem o bastante para morrer por nós.

As aspirações messiânicas de nosso presidente estão se aflorando a cada dia. Já sabemos que ele espera que a história do Brasil seja dividida em a.L. e d.L. (antes de Lula e depois de Lula). Mas não é arrastando Jesus Cristo para os níveis tão baixos quantos os da gestão petista que ele vai justificar seus atos. Ele vai ter de conviver com isso.