Navegando pelos vários blogs que falavam sobre A Cabana de William P. Young, em algum lugar (infelizmente não me lembro em qual) alguém comentava que apesar de possuir alguns deslises teológicos (????????) o livro ainda sim deveria ser lido por cristãos, pois esse pode gerar fé e paz naquele que o lê.
Para mim essa é uma afirmação muito interessante, porque nos leva a pensar sobre o que valida nossa fé. O que torna nossa fé relevante, a intensidade com que cremos ou o objeto de nossa fé?
A maior critica à obra de Young é que ela representa Deus de uma forma totalmente diferente daquela apresentada nas Escrituras. Uma leitura atenta ao livro pode mostrar a qualquer um com o mínimo de visão bíblica e apreço pela Palavra que esse livro apresenta um deus diferente do Deus das Escrituras. Assim sendo, esse deus de Young não é o mesmo que os cristãos acreditam. Qualquer dúvida em relação à isso leia outros posts sobre as heresias do livro. Além disso, Young já se declarou como universalista através de algumas entrevistas, sendo essa a crença que no final todos vão se salvar e Deus não irá julgar ninguém.
A Bíblia diz que não existe outro Deus, que ele é o único Senhor, no céu e na terra (Deut 4:39; 1 Cor 8:4). Se só existe um único Deus e ele se relevou ao homem através das Escrituras (2 Tim 3:14-17), então qualquer representação de um Deus diferente desse só pode ser considerado falso.
Se o deus da obra de Young é um deus falso, seria válida a fé e a paz proveniente desse deus? A fé, não importa seu objeto, mesmo que esse último não exista, é suficiente em si mesma?
A Bíblia repetidamente deixa claro que nossa fé deve estar em Deus e que aqueles que alcançaram seu alvo, não o alcançaram simplesmente por terem muita fé, mas sim por terem colocado sua fé em Deus, autor e consumador de nossa fé (Hebreus 12:2; Fil 3:9; Gal 3:26).
O que valida nossa fé não é a sua intensidade. Se eu subir no topo de um prédio e gritar “eu não acredito na gravidade” e de todo coração acreditar que não existe gravidade e pular, a intensidade da minha fé em nada vai me ajudar. Eu ainda vou sofrer os efeitos da gravidade.
Portanto, mesmo que A Cabana esteja gerando fé no coração daqueles que o lêem, está gerando uma fé em algo que não existe, em um deus falso, diferente do Deus dos cristãos. Ou seja, gera fé em algo que não existe.
Seria então essa fé válida? A crença no nada?
Deixo para aqueles que defendem A Cabana para que concluam esse pensamento. Mas como sei que a grande maioria deles tem uma visão pequena das Escrituras, provavelmente vão responder: sim!
Fico imaginando que algum ateu adoraria usar esse texto contra mim...