Sunday, December 21, 2008


Queremos desejar a todos os nossos amigos (e também inimigos, se houver algum...) um Feliz Natal!
Nesse data comemoramos o nascimento de nosso Salvador, Jesus Cristo. O maior evento da história da humanidade, desde a criação do homem. Deus se fez carne e viveu entre nós!
Morreu por nossos pecados e hoje podemos ter esperança, pois recebemos o perdão de nossos pecados! Podemos ser chamados de filhos de Deus! Boas novas para todos!
Você deve estar se perguntando porque colocamos uma foto do Peanuts ou Snoopy para os brasileiros ao invés de qualquer outra imagem natalina?
O vídeo abaixo deve responder essa pergunta.
Tem muito evangélico por ai que não saberia explicar o Natal melhor que o Linus... que pena...


Posted on Sunday, December 21, 2008 by Maurilo e Vivian

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Monday, December 15, 2008



A Cabana (William P. Young, ed. Sextante), tem sido um livro bastante aclamado, especialmente no meio evangélico. Está sendo recomendada por muitos pastores e até a famosos músicos cristão, como Michael W. Smith. Leia a descrição do livro no site da própria editora “Durante uma viagem de fim de semana, a filha mais nova de Mack Allen Phillips é raptada e evidências de que ela foi brutalmente assassinada são encontradas numa cabana abandonada. Após quatro anos vivendo numa tristeza profunda causada pela culpa e pela saudade da menina, Mack recebe um estranho bilhete, aparentemente escrito por Deus, convidando-o para voltar à cabana onde aconteceu a tragédia. Apesar de desconfiado, ele vai ao local do crime numa tarde de inverno e adentra passo a passo no cenário de seu mais terrível pesadelo. Mas o que ele encontra lá muda o seu destino para sempre. Em um mundo tão cruel e injusto, A cabana levanta um questionamento atemporal: Se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar o nosso sofrimento?
É aí que está o grande problema do livro. Na tentativa de responder a essa pergunta, Young abandona a abordagem bíblica sobre sofrimento e busca uma abordagem mais humanística, focada no homem. Young acredita no universalismo, ou seja, todos no final das contas serão salvos.
Michael Youssef do ministério Leading the Way listou 13 heresias contidas nesse livro, que é um grande best-seller nos Estados Unidos.
Esse livro tem trazido muito engano a igreja, substituindo conceitos bíblicos por conceitos universalistas.

1 – Deus Pai foi crucificado com Jesus.
Porque os olhos de Deus são puros e não podem olhar para o pecado, a Bíblia diz que Deus não olharia para seu próprio Filho amado enquanto este estava pendurado na cruz, carregando nossos pecados (Hab 1:13; Mat 27:45). Isaías 53:4-10.

2 – Deus está limitado por seu amor e não pode praticar justiça.
A Bíblia declara que o amor de Deus e sua justiça são dois lados da mesma moeda – igualmente partes da personalidade e caráter de Deus (Isaías 61:8; Oséas 2:19). Romanos 9:13

3 – Na cruz, Deus perdoou toda a humanidade, tanto os que se arrependeram quanto os que não. Alguns escolhem um relacionamento com Ele, mas Ele perdoa a todas igualmente.
Jesus explica que somente aqueles que vierem até Ele serão salvos (João 14:6).

4 – Estruturas hierárquicas, estejam na igreja ou no governo, são ruins.
Nosso Deus é um Deus de ordem (Jó 25:2). Deus nos deu regras estruturais para a igreja, incluindo como dons são utilizados e qualificacoes para os lideres (1 Cor 12, 14; 1 Tim 3).

5 – Deus nunca vai julgar as pessoas pelos seus pecados.
A palavra de Deus repetidamente chama o homem a fugir do julgamento de Deus através da fé em Jesus Cristo, Seu Filho (Rom 2:16; 2 Tim 4:1-3).

6 – Não existe hierarquia na Trindade, só um circulo de unidade.
A Bíblia diz que Jesus se submete à vontade do Pai. Isso não significa que uma Pessoa é maior ou melhor que outra, mas sim única. Jesus disse “Eu vim para cumprir a vontade daquele que me enviou. Estou aqui para obedecer ao Pai”. Jesus também disse “Eu vou te enviar o Espírito Santo”(João 4:34; 6:44; 14:26; 15:26).

7 – Deus se submete a desejos e escolhas humanas.
De maneira alguma Deus se submete a nós, Jesus disse “Estreito é o caminho que leva a vida eterna”. Nós devemos nos submeter a Ele em todas as coisas, para sua Glória e por aquilo que ele fez por nós (Mateus 7:13-15).

8 – Justiça nunca vai acontecer por causa do amor.
A Bíblia ensina que quando o amor de Deus é rejeitado, e quando a oferta de salvação e perdão é rejeitada, justiça precisa acontecer ou então Deus enviou Jesus Cristo para morrer por nada (Mateus 12:20; Rom 3:25-26).

9 – Não existe julgamento eterno ou tormento no inferno.
A própria descrição de Jesus do inferno é muito vívida... não pode ser negada (Lucas 12:5; 16:23). Enquanto a “reconciliação universal” ensina que a salvação pode ocorrer após a morte, a Bíblia diz, “aquele que não acredita já está condenado, porque não creu no nome único Filho de Deus”(João 3:18).

10 – Jesus está andando com todas as pessoas em suas diferentes jornadas a Deus e não importa qual caminho você pega para Ele.
Jesus disse “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim”(João 14:6).

11 – Jesus está constantemente sendo transformado conosco.
Jesus, que habita no esplendor do Céus, está assentado à direita de Deus, reinando e governando o universo. A Bíblia diz, “Nele não existe mudança alguma, porque Ele é ontem, hoje e para sempre” (Hebreus 11:12; 13:8; Tiago 1:17).

12 – Não é necessário fé ou reconciliação com Deus pois todos conseguiram ir para o céu.
Jesus disse que “somente aqueles que crerem em mim terão a vida eterna” (João 3:15; 3:36; 5:24; 6:40).

13 – A Bíblia não é verdadeira porque reduz Deus ao papel.
A Bíblia foi inspirada por Deus. Com certeza houve muitos homens durante 1800 anos que utilizaram a caneta (por assim dizer), cada um com uma profissão e em um ambiente diferentes, mas o Espírito Santo infundiu seu trabalho com a Palavra de Deus. Esses homens estavam escrevendo a mesma mensagem de Gênesis a Apocalipse.

Posted on Monday, December 15, 2008 by Maurilo e Vivian

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Saturday, December 13, 2008


Religião é um assunto recorrente nas revistas sobre ciência, como a SUPERINTERESSANTE ou a Globo Ciência. E o segundo tópico preferido é a Bíblia (o primeiro é Jesus, como eles sempre descobrem coisas novas sobre Jesus que vai mudar a forma como vemos o Filho de Deus e blá, blá, blá). Nesse mês de Dezembro, a SUPER se lança no desafio de definir quem escreveu a Bíblia. E como em todas as outras reportagens sobre religião (especialmente o Cristianismo), promete “mudar sua maneira de ver as Escrituras”.
Um bom resumo desse artigo diz no final das contas a Bíblia não foi escrita por quem acreditamos que foi, ela é muito mais recente do que imaginamos, ela foi alterada várias vezes a bel prazer do teólogo de plantão e mesmo nas traduções, encontramos erros e divergências. E para coroar todas essas afirmações a reportagem termina com a seguinte declaração: “Hoje, os principais estudiosos afirmam que a Bíblia não deve ser lida como um manual de regras literais – e sim como o relato da jornada, tortuosa e cheia de percalços, do ser humano em busca de Deus. Porque esse é, afinal, o verdadeiro sentido dessa árvore de histórias regadas há 3 mil anos por centenas de mãos, cabeças e corações e corações humanos: a crença num sentido transcendente da existência” (enfase acrescentada).
Quando fazemos evangelismo, sempre nos deparamos com esse argumento: a Bíblia é um livro escrito por homens; ela está cheia de contradições; está cheia de erros; ela foi manipulada; adulterada... o que você faz nessas situações? Como responder a essas objeções? Você sabe defender sua fé nas Escrituras como revelação de Deus para o homem?
Pretendo apresentar de forma sucinta nesse post a razão de nossa fé nas Escrituras como Palavra de Deus em comparação com o artigo da SUPER. Essas informações sempre me são úteis nos evangelismo. Espero que também seja útil para você. Vamos lá.
Toda vez que vamos abordar algum assunto, sempre partimos de um pressuposto. É impossível alguém iniciar uma pesquisa se dizendo neutro. Por mais que muitos aleguem isso, sempre temos um pressuposto. Eu iniciei esse post com um pressuposto: a Bíblia foi escrita por Deus e é verdadeira em suas afirmações. Portanto, todo esse texto vai trabalhar nesse sentido. Isso quer dizer que eu vou manipular os dados? Não, mas demonstra que eu tenho um pressuposto. A reportagem da SUPER também parte de um pressuposto: a Bíblia foi escrita por homens e manipulada durante os anos. Assim, informações em contrário acabam sendo ignoradas e o foco acaba sendo tudo aquilo que pode confirmar esse pressuposto, mesmo não fazendo sentido algum. Todos possuímos um pressuposto, só não podemos manipular a verdade em prol do mesmo.
O artigo começa questionando a autoria dos textos, de uma forma diferente da que defende a igreja. Na verdade, ao invés de possuírem um autor definido e identificável, na maioria das vezes, o Velho Testamento deriva de lendas de vários povos em Canaã. Como exemplo citam a lenda de Gilgamesh, uma lenda sobre o diluvio, bastante parecida com a historia de Noé. Afirmam que a lenda de Gilgamesh deu origem a história de Noé. Mas algo que eles falham em perceber é que em critica literária, quando duas historias são parecidas, via de regra a mais simples é a mais antiga. Quando se compara as duas lendas, percebe-se nitidamente que a de Noé é mais simples e a de Gilgamesh mais complexa. É muito mais provável que a versão bíblica seja mais antiga.
A autoria de Moisés para todo o Pentateuco é questionada no artigo. A principal razão para isso é que aparentemente existem vários estilos dentro do texto mosaico, por exemplo, em alguns momentos Deus e chamado de Javé e em outros de Elohim. Alem disso, o texto apresenta um monoteísmo que não existia na época de Moisés e um sistema legislativo incompatível com a época Por isso, acreditam que esses textos foram escritos em 4 períodos diferentes, todos muito depois de Moisés. Essa é uma teoria antiga, que recebeu seus toques finais por Julius Wellhausen em 1895. É chamada de Hipótese Documentaria ou hipótese JEDP e ainda hoje é muito aceita, sendo citada no artigo como consenso. Na verdade essa teoria como um todo parte de um pressuposto que sem o mesmo, toda a teoria entra em colapso: não houve revelação divina, Deus jamais implantou o monoteísmo e jamais falou com Moisés. Alguns pontos que não são considerados pelos defensores dessa teoria:
1- Não existe nenhuma prova documental que sustente essa teoria, ela é baseada única e exclusivamente em especulações Não existem manuscritos, relatos, absolutamente nada que possa levar a considerar essa hipótese como verdadeira.
2-Mesmo entre os autores dessa teoria existe uma enorme dificuldade de se definir qual texto pertence a qual dos autores, pois baseia-se em algo totalmente subjetivo. Hora parte que é considerada jeovista, hora é considerada eloísta.
3-A grande maioria dos achados arqueológicos do últimos seculos demonstra que o autor do Pentateuco possuía um grande conhecimento da cultura da época de Moisés Por exemplo, achados sobre a cultura dos heteus mostram que o relatos de Gênesis 23 são verdadeiros e somente alguém que teve contato com os heteus poderia ter tamanho conhecimento. Os heteus ainda estavam perambulando por aquela região na época de Moisés
4- Sabe-se hoje em que o monoteísmo é muito mais antigo do que imaginávamos. Achados arqueológicos datam os primeiros movimentos monoteístas para a época de Moisés.
5- A descoberta de varies códigos legislativos até anteriores ao mosaico demonstra que é totalmente plausível o desenvolvimento das leis conforme no Pentateuco.
6- Moisés declara autoria do texto (Exo 17:14; Num 33:2) e Jesus também afirma que Moisés escreveu a Lei (Mat 8:4).
Nenhum dos fatores acima é levado em consideração pelo artigo. Um outro motivo apresentado para negar a autoria mosaica é que Deuteronômio descreve a morte de Moisés e todos concordamos que ele jamais poderia ter escrito essa parte. Por isso o artigo descarta a autoria de Moisés de todo o texto. Com certeza outra pessoa escreveu essa parte, provavelmente o autor de Josué. Mas isso não é razão suficiente para negar a autoria mosaica. O parágrafo seguinte diz que a crueldade aparente de Deus no Velho Testamento é devida as lutas que os autores bíblicos enfrentavam com povos vizinhos, ele estavam "extravasando sua angústia". Aqui o grande problema é uma visão distorcida de quem Deus é. Deus se apresenta como amoroso nas Escrituras mas esse não é seu maior atributo. Repetidas vezes Deus declara que Ele é justo e não tolera o pecado e que irá julgar a humanidade. Quando Deus mandou Israel aniquilar os povos vizinhos, Ele estava agindo com justiça sobre esses povos, pois eram pecadores. A bondade de Deus se revela ao homem na pessoa de Jesus Cristo. Isso poucas pessoas querem entender.
Com a finalização da cânone hebraico, inicia-se a formação do cristão Uma coisa para que achei engraçada no artigo foi o comentário do teólogo Paulo Nogueira para a motivação que levou os cristão a escrever o Novo Testamento: "os cristãos queriam compreender suas origens e debater seus problemas de identidade". Fico imaginando pobres cristãos pensando sobre sua identidade mau formada enquanto aguardavam para serem devorados pelos leões! Não, grande parte do Novo Testamento foi escrito para defender o cristianismo de heresias que estavam se infiltrando na igreja. Isso não é debater sua identidade, mas defender os ensinos que Deus revelou através dos apóstolos. Eu acredito plenamente que uma pessoa que tem coragem de morrer por suas crenças, morrer uma morte terrível, já tem sua identidade bem formada. Mais uma vez, o pressuposto de que a Bíblia não é uma revelação de Deus, mas simplesmente um livro escrito por homens determina todas as conclusões neste artigo.
Uma alegação muito comum sobre o Novo Testamento é que, já que não possuímos os originais dos autores bíblicos, as copias que possuímos estão cheias de erros, pois por terem sido copiadas a mão, aqueles que faziam as copias alteravam o texto, seja por erros, seja propositalmente.
Um pouco de informação e sempre útil aqui. Temos mais de 5 mil manuscritos gregos dos primeiros seculos do Novo Testamento. Só para se ter noção da importância desse numero, os 6 mais influentes e importantes livros da antiguidade juntos possuem menos de mil manuscritos. E se acrescentar os manuscritos em outras línguas, temos mais de 25 mil cópias. Eles concordam em 95% do texto, o que já e admirável levando-se em consideração que eram copiados a exaustão. Os 5% discordantes se referem em sua grande maioria à ordem de palavras (Cristo Jesus ao invés de Jesus Cristo, por exemplo) e em nenhum momento essas diferenças possuem qualquer influência sobre doutrinas centrais do cristianismo.
Se somente isso não fosse suficiente, mesmo que não possuíssemos tantos manuscritos seria possível reconstruir todo o Novo Testamento a partir dos textos dos pais da igreja, que citavam constantemente os textos que já eram reconhecidos como Escrituras no primeiro e segundo seculos.
Alega-se no artigo que o texto da mulher adultera do evangelho de João foi inserido por um escriba no seculo 3. O motivo para essa colocação é porque nesse período o cristianismo estava se distanciando do judaísmo, então era importante que eles se distanciassem da lei mosaica, que diz que uma adultera deve ser apedrejada. Não existe prova disso. Esse texto não consta em muitos manuscritos e em outros ele está deslocado, colocado em outro lugar. Mas não somente a parte da mulher adúltera, mas todo o texto anterior, que vai de João 7:53 ate 8:11. É possível que esse texto não faça parte do original, mas não temos prova disso, já que alguns manuscritos trazem esse texto. Também é possível que esse texto fizesse parte de uma tradição oral. Mesmo que esse texto não tenha feito parte do original, o que não temos certeza, não podemos afirmar quando foi inserido nem por quem e muito menos o porque, já que qualquer conclusão nesse sentido é totalmente especulativa. Além disso, existe algo que muitos pesquisidores ignoram (por causa de seu pressuposto): Jesus mesmo afirmou que não veio para destruir a Lei, mas para cumpri-la. Por que então Jesus não deixou que aqueles homens apedrejassem a mulher adultera? Porque a Lei possuiu uma única razão, mostrar o quanto somos pecadores e aqueles homens que queriam apedrejá-la se achavam justos. Quando viram, pela mesma Lei que queriam usar para condenar a mulher, que eram tao pecadores quanto ela, não puderam mais continuar.
A formação do Cânone é normalmente mal representada nas revistas e livros, especialmente aqueles que negam a autoria divina da Bíblia. Via de regra alegam que foi um ato do imperador Constantino no concílio de Nicéia e ali pela primeira vez tivemos a lista dos 27 livros. O artigo da SUPER traz pelo menos uma novidade, a historia de Marcião e como ele editou a primeira versão do Novo Testamento, bastante diferente da nossa. Mas como ele era um gnóstico e o gnosticismo foi declarado heresia em 170 AD, ele foi excomungado.
O cânone cristão foi ganhando forma nos três primeiros seculos e foi autenticado pela igreja como um todo no concílio de Nicéia, mas a lista não era nova e não ficaram decidindo o que deveria ou não entrar arbitrariamente. É importante lembrar que os principais livros já estavam definidos pois a igreja como corpo ia compartilhando uma com a outra os texto que possuíam. Uma das convenções que a igreja adotou muito antes de Nicéia foi que para ser considerado como escritura, o texto deveria ter sido escrito por um apóstolo ou sob a orientação de um. Por isso os quatro evangelhos que conhecemos foram facilmente aceitos. Mateus e João escritos diretamente pelos apóstolos e Lucas e Marcos sob a orientação de um apóstolo (Paulo e Pedro, respectivamente). Atos e as cartas paulinas foram rapidamente adicionadas como Escrituras. Um outro critério era que o texto pretendente a ser considerado inspirado deveria ter sido escrito pouco tempo depois de Cristo. Por isso nenhum escrito depois do primeiro século (ou melhor dizendo, apos a morte dos apóstolos) foi aceito. Já ao final do primeiro século, uma boa parte do cânone cristão já estava definido. E as Escrituras hebraicas sempre fizeram parte desse cânone. E mais uma coisa importante, o gnosticismo não foi declarado heresia somente em 170, na verdade João já combatia essa heresia, como podemos confirmar em 1 João onde diz que todo aquele que nega que Cristo veio em carne não é de Deus. O gnosticismo pregava que Cristo não tinha vindo em carne, porque a carne representa o mau.
Quando o concílio de Nicéia se reuniu em 325, poucas dúvidas haviam sobre quais livros estariam oficialmente no que temos hoje como Novo Testamento. Alias, a principal razão para a convocação do concílio não era nem estabelecer o cânone, mas sim lidar com a questão Ariana, uma heresia que o bispo Ario estava espalhando, dizendo que Cristo havia sido criado por Deus, não sendo eterno como o Pai. Ario foi chamado para explicar sobre essa questão e como não se arrependeu por ensinar heresias, foi excomungado. Ali se criou o credo de Atanásio, uma linda declaração de fé que todo cristão deveria ler ao menos uma vez na vida. Na verdade, a lista com os 27 livros foi definida por Atanásio em 365 e confirmada no concílio de Constantinopla em 381.
A autoria de Paulo sobre um trecho de uma de suas cartas é questionada porque o texto parece ser bem machista e Paulo viveu em uma época que o cristianismo era bastante favorável para com as mulheres. Mais uma vez, a especulação e o pressuposto (sempre ele) definem a autoria de um texto. Duas coisas a considerar: primeiro, Paulo era fariseu antes de se converter e para os fariseus a mulher era menos do que um ser humano. O testemunho de uma mulher, por exemplo valia metade do testemunho de um homem (interessantemente, mesmo sabendo disso, Jesus primeiro apareceu para mulheres quando ressuscitou. E tem gente que diz que a Bíblia e machista...). Segundo, em outros texto Paulo compara a relação Cristo/igreja com a relação marido/esposa sendo homem como Cristo e a mulher como a igreja. O homem tem autoridade sobre a mulher como Cristo tem sobre a igreja e o homem deve amar a mulher como Cristo ama a igreja, a ponto de morrer por ela. Isso e machismo?
Uma questão importante que o texto traz é a questão da tradução e existe uma tendência no texto a dizer que a Bíblia foi traduzida de forma errada ou ao gosto do teólogo de plantão. É verdade que algumas traduções são bastante tendenciosas, mesmo algumas modernas (creio que a maior de todas é a Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová) mas uma coisa é ser tendencioso, outra coisas é buscar ao máximo o verdadeiro significado de um texto. E é aqui que o texto novamente erra (ou age de forma tendenciosa). Um exemplo é a palavra metanóia, que foi traduzida na Vulgata como penitência e que Lutero traduziu como arrependimento (reviravolta no artigo da SUPER). Etimologicamente falando, metanóia quer dizer “voltar atrás”, “mudança de caminho ou de oponião”. Ela sempre teve essa conotação nos escritos da antiguidade. Traduzi-la por arrependimento (ou mesmo reviravolta) faz mais sentido se observarmos a raiz da palavra e o conjunto dos ensinos do Novo Testamento do que a palavra penitência. O grande William Tyndale traduziu a palavra ecclesia por congregação, ao invés de igreja e segundo o artigo foi queimado por isso. Na verdade, o fato de ter feito a tradução foi o que o levou para a fogueira, pois isso era totalmente proibido. Ecclesia pode ser traduzida tanto por igreja quanto por congregação, já que possuem o mesmo significado. Ecclesia quer dizer ajuntamento de pessoas, reunião, aqueles que são chamados para se unirem. Aproveitando, pesquisem sobre Tyndale, a historia desse cristão é fantástica!
O artigo termina com o questionamento sobre como devemos traduzir a Bíblia e como devemos lê-la. Devemos seguir o literalismo e voltar as antigas práticas do VT ou devemos ter uma visão mais alegórica, como um livro sobre a jornada do homem em busca de Deus? O que vai definir a minha abordagem das Escrituras é a minha crença sobre sua inspiração. Se a Bíblia é a palavra de Deus para o homem, na qual ele se revela e revela sua vontade para todo nos, então, eu vou lê-la como um todo e como um todo obedecê-la. Isso quer dizer que devo sair por ai apedrejando adúlteras? Não, isso quer dizer duas coisas: primeiro, eu não vou ficar pensando “o que esse texto quer dizer para mim”, não, já que a Bíblia é a revelação de Deus para o homem eu vou lê-la e buscar entender o que o texto significa para seu autor. O que Deus quis dizer naquele texto? Como os leitores originais entendiam esse texto? É assim que eu devo entendê-lo. Isso é regra de hermenêutica numero 1. Segundo, estamos sob uma nova aliança e todo o Velho Testamento deve ser interpretado através do Novo. Cristo cumpriu a Lei por nós, por isso não estamos atrelados a ela. Precisamos ter nossa soteriologia bem definida para poder ler as Escrituras e fazer o que ela diz. Minha sugestão, compre um bom livro de hermenêutica. Vai ter fazer maravilhas.
Tenho a mais absoluta certeza que esse não é o ultimo artigo a atacar a autoria divina das Escrituras. Periodicamente vamos ser abordados sobre isso, especialmente aqueles que compartilham sua fé e fazem evangelismo nas ruas. Mas é importante que estejamos prontos para dar a razão de nossa fé e estejamos preparados, pois não cremos em um conto de fadas sem fundamentos, mas sim em um Deus que se revelou para a humanidade através das Escrituras. Meu irmão, tenha certeza que a Bíblia é a palavra de Deus.
Espero sinceramente que esse post tenha ajudado.

Posted on Saturday, December 13, 2008 by Maurilo e Vivian

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Wednesday, December 10, 2008

Durante a última madrugada (sim, estou trabalhando de madrugada e estou aproveitando para colocar a leitura em dia. Todo mundo agradecendo às novas leis de call center do nosso querido presidente Lula) li o intitulado “Pequeno Manual para entender os crentes” que eu achei no site Ateus do Brasil. O manual até que é engraçadinho e é um interessante exercício por parte de alguém que não faz parte do nosso universo (ou planeta como ele coloca no manual. Nunca ouvi uma pregação que dizia que eramos de outros planeta, mas enfim...) na tentativa mais de nos estereotipar do que nos entender. Digo isso por causa da linguagem usada no texto que busca com muito cuidado uma terminologia que enfatiza mostrar como somos ridículos. Uma bela escolha de palavras, devo dizer a verdade porque nem eu mesmo conseguiria ridicularizar nossas crenças, mesmo que o quisesse fazê-lo. Pena que o principal objetivo do manual não pode ser alcançado (facilitar o entendimento) porque, apesar de possuir um objetivo declarado a obra se destina a outro objetivo: mostram o quanto somos ridículos, pela perspectiva de alguém de fora da ecclesia (seria esse o nome do nosso planeta?).
Algumas coisas no texto até são engraçadas, como a parte que diz que se você é calvinista, você acredita que é um “verme sujo e grosseiro”. E não é que é verdade? Eu sei que sou um verme sujo e grosseiro! Eu me diverti com isso.
Mas o pequeno manual propositalmente ignora muitas das respostas do cristianismo para suas indagações e só apresenta aquelas que a grande maioria dos cristãos não aceita ou as consideram ridículas. Um bom exemplo é a grande questão sobre como os cristãos podem ser felizes no céu sabendo que seus parentes estão ardendo eternamente no inferno. O cristianismo apresenta boas resposta para essa questão, mas como o objetivo é mesmo ridicularizar os crentes, essas respostas não são apresentadas. E como os crentes lidam com isso? Segundo o autor do pequeno manual ignorando totalmente essa questão. Verdade, nos últimos dois mil anos ninguém no cristianismo foi capaz de apresentar uma boa resposta para isso. Claro que não. E se ninguém apresentou, eu não vou apresentar! Hahaha.
Outro ponto que me agradou foi a seguinte afirmação : “Como as pessoas não gostam de ouvir que não passam de vermes repulsivos, raramente a abordagem inicial de um prosélito crente se baseia na retórica Calvinista”. É por isso que eu, como um prosélito crente (também designado como evangelista, mas não tem a mesma conotação de ridículo) me utilizo da Lei para mostrar como a pessoa é üm verme sujo e grosseiro”. E ao contrário do que diz nosso autor do pequeno manual, essa abordagem dá muito certo.
Além de outras coisas como afirmar que Deus manda bebês para o inferno (quem disse isso?) e bobagens a parte (e sempre desconsiderando uma parte importante da teologia cristã, a Santidade de Deus, que passa a dar sentido a muitas das nossas crenças), o texto me fez refletir sobre duas coisas. A primeira sobre escrever o “Grande Manual para (tentar) entender o ateu”. Seria algo bem legal. A segunda é que, apesar do esforço de nosso pequeno autor em nos ridicularizar, vamos ser sinceros meus irmãos (calvinistas e arminianos) eu não acho que ele teve muito trabalho para isso. Nós muitas vezes facilitamos o trabalho dos ateus. Tudo bem, Jesus disse que o mundo nos odiaria (nosso pequeno autor está bem ciente dessa passagem) mas muitas vezes nós causamos isso sobre nós. Falta de conhecimento das Escrituras, igrejas cheios de falsos convertidos, brigas denominacionais sobre pontos idiotas, busca de prosperidade e curas e mais um monte de vícios de nossa parte que fazem o trabalho de pessoas como nosso pequeno autor muito fácil.
Tenho certeza que se muitos daqueles que são definidos por crentes pelo nosso pequenino autor fossem na verdade cristãos, ele teria de abrir mão de alguns comentários espirituosos.

Posted on Wednesday, December 10, 2008 by Maurilo e Vivian

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Tuesday, December 09, 2008

A crença que no início não havia nada e nada aconteceu a esse nada e o nada de uma forma mágica explodiu por nenhuma razão, criando tudo e então um bando de tudo de uma forma mágica se rearranjou por nenhuma razão em seres que se reproduzem e daí se tornaram dinossauros.
Faz todo sentido...

Posted on Tuesday, December 09, 2008 by Maurilo e Vivian

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Friday, December 05, 2008

Quase 25 perguntas que vão te economizar muitos domingos.

Escrito por Todd Friel do http://www.wretchedradio.com/
Tradução Ministério Pés Descalços http://www.mauevivian.blogspot.com/

Procurando por uma boa igreja? Bem vindo ao clube! Procurar por uma igreja pode ser um longo e doloroso processo. Para encurtar sua busca, ligue para o pastor da igreja antes de visitá-la e faça as seguintes perguntas. Isso pode te economizar muitos domingos.

1 - Qual é o maior problema do homem, pecado ou auto-estima?
Igrejas focados nas necessidades sentidas das pessoas sempre focam nas feridas e nos problemas das pessoas. A Bíblia diz que o maior problema do homem é o pecado.

2 - O que o homem deve fazer para herdar a vida eterna?
Arrepender-se e ter fé é a resposta Bíblica. Se a palavra “arrependimento”nunca é usada, então diga “Muito obrigado”!

3 - Como você apresenta a mensagem de salvação?
Peça ao pastor para descrever especificamente o que ele diz. Ele encoraja as pessoas a simplesmente fazer uma oração? Ele pede para as pessoas convidarem Jesus para entrar em seu coração? A mensagem de salvação deve incluir: santidade de Deus, pecaminosidade do homem, resposta de Deus (inferno), bondade de Deus (Jesus na cruz), resposta do homem (arrependimento e fé).

4 - Quão difícil é se tornar um cristão?
A “fórmula” é simples, fazer não. Não é fácil crer.

5 - Quantas vezes você fala sobre pecado, justiça e julgamento?
Equilíbrio é a chave. Essa não deve ser a única enfase, mas deve ser uma enfase regular.

6 - Quão focado no visitante é a sua igreja?
Tudo bem para uma igreja estar preocupado com o visitante, mas estar focado no visitante quer dizer que está mais propenso para aqueles que visitam a igreja e não em relação aos salvos.

7 - Para quem você “faz” a igreja, para o visitante ou para o membro?
“Ambos” não é aceitável. Igreja deve ser feita para os membros e os não-salvos são convidados a participar.

8 - Você diminui a profundidade de seus sermões?
Se ele disser sim, ele provavelmente não está tentando levar seus membros do leite para o alimento sólido, “tentamos fazer nossos sermões acessíveis para todos” são sermões que não são alimentos sólidos.

9 - Qual é seu balanço entre pregação por tópicos versus pregação expositiva.
Pregação por tópicos é boa, mas se um pastor nunca ou raramente prega de forma expositiva (versículo após versículo), então você estará aprendendo do pastor, não de Deus.

10 - Seus sermões focam teologia ou se preocupam em ser relevantes?
Todos devem dizer que são relevantes, mas o que você deve procurar é se eles ensinam teologia.

11 - Descreva seu programa para jovens.
Se diversão e brincadeiras recebem a maior (e normalmente a principal) atenção, você tem uma programação para jovens que está tentando competir com a MTV.

12 - Descreva sua programação de evangelismo.
Não aceite somente “nós temos um comitê de evangelismo”. Cave. Eles estão levando a sério a salvação de almas?

13 - Qual o modelo de crescimento de igreja você segue?
Esperamos que eles não tenham nenhum. Igrejas devem estar alcançando os perdidos, mas igrejas que estão conectadas nos novos modelos de crescimento de igrejas costumam seguir as idéias de homens no lugar da Bíblia.

14 - Quanto vocês contribuem para missões e para os famintos?
De novo, isso revela o coração da igreja. Enquanto muitas igrejas contribuem para missões, muitos nunca consideram os pobres.

15 - Você acredita que a Bíblia tenha algum erro ou contradição?
Nenhum equivoco permitido aqui.

16 - Você acredita na criação literal de 6 dias?
Jesus acreditava (Mat 19:4)

17 - Você acredita em um inferno literal e punição eterna?
Jesus acreditava (Mat 25)

18 - Quando você distribui a Ceia do Senhor, você enfatiza a necessidade de auto-exame?
Paulo enfatizava (1 Cor. 11:27-32).

19 - Pode uma pessoa que está vivendo em uma vida persistente de pecado herdar a vida eterna?
Pecadores podem com certeza ser perdoados, mas pecadores praticantes não podem herdar a vida eterna (1 João 3:8,9).

20 - A sua igreja exerce disciplina?
Paulo disse que deveríamos (1 Cor 5).

21- Os professores da Escola Dominical, do departamento infantil e voluntários para os jovens preenchem um formulário respondendo questões sobre sua principais crenças, ou todo voluntário é aceito?

22 - Quais são os fundamentos da fé?
Pai, Filho, Espírito Santo, Salvação pela fé somente, a inerrância das Escrituras.

23 - Você tem uma cruz no seu santuário?
Muitos removem a cruz por que temem que vá afastar os visitantes. Eles devem se glorificar na cruz. A cruz deve ser o focus central de cada igreja.

Posted on Friday, December 05, 2008 by Maurilo e Vivian

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